PS e Governo ou Seguro e 'troika' parecem "casal desavindo" - BE
Porto Canal / Agências
Évora, 24 set (Lusa) -- A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Catarina Martins afirmou, na segunda-feira à noite, que o PS e o Governo, ou os socialistas e a 'troika', parecem um "casal desavindo", que não sabe da existência do divórcio.
"O PS e o Governo do PSD/CDS-PP, ou António José Seguro e a 'troika', parecem um daqueles casais desavindos que não se dão, que se queixam muito" e que "dizem mal aos vizinhos", ironizou.
Segundo Catarina Martins, "aparentemente, António José Seguro não sabe que o divórcio já está instituído em Portugal e que é mesmo tempo de pôr à porta as malas da 'troika' [Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional]".
A coordenadora do BE discursava em Évora, num jantar de apoio à candidatura autárquica do partido àquele município, cuja lista é encabeçada por Maria Helena Figueiredo.
Na sua intervenção, depois de já ter discursado o antigo líder bloquista Francisco Louçã, Catarina Martins aludiu às declarações do secretário-geral do PS, António José Seguro, a propósito de Portugal não ter regressado na segunda-feira aos mercados.
Além da referência a Seguro, a coordenadora do BE 'apontou baterias' às políticas do Governo, nomeadamente na área da Educação, com o ministro Nuno Crato no centro das críticas.
"É verdadeiramente intolerável que hoje [segunda-feira], 10 dias depois do início oficial do ano letivo, ainda haja tantas turmas sem professores, quando sabemos que tantos professores estão sem emprego", considerou.
O fim da obrigatoriedade da oferta do inglês nas Atividades de Enriquecimento Curricular no 1.º ciclo também não foi esquecida, com Catarina Martins a referir-se à reunião de segunda-feira entre Nuno Crato e David Justino, presidente do Conselho Nacional de Educação.
"Depois da reunião, chegaram os dois à conclusão que não fazem a mínima ideia de quantos alunos em Portugal é que têm acesso ao inglês no 1.º ciclo. Quando facilitismo e quanta incompetência", exclamou.
Para a coordenadora do BE, a atuação do Governo em matéria de educação rege-se por "retirar recursos à escola pública para os dar à escola privada".
"Este facilitismo de Nuno Crato com a escola pública não é por acaso. É o sintoma de quem quer voltar a uma escola velha, uma escola que seja frágil para quem mais precisa, dando todos os benefícios à escola privada, para quem pode tudo", acusou.
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