Governo "trocará por miúdos" Orçamento do Estado de 2014
Porto Canal / Agências
Lisboa, 20 out (Lusa) - O Governo lançará este ano o "Orçamento Cidadão" comprometendo-se a "trocar por miúdos" a proposta de Orçamento do Estado para 2014 e a promover o aumento da transparência das contas do Estado, disse hoje a ministra das Finanças.
"Pretende-se apresentar o orçamento sem a especificidade técnica e o detalhe da informação que a proposta de lei exige, para que todos possam interpretar de forma autónoma as escolhas do Governo e o impacto que estas escolhas têm na economia e na sociedade", explicou Maria Luís Albuquerque.
A ministra presidiu hoje à assinatura de um protocolo entre o Governo e o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), através do Institute of Public Policy Thomas Jefferson para a elaboração do Orçamento Cidadão.
No final da cerimónia, o presidente do instituto de políticas públicas, Paulo Trigo Pereira, explicou aos jornalistas que a ideia é a produção de um documento simples, entre 15 a 20 páginas, que explique "ao cidadão comum" as principais orientações do Orçamento do Estado (OE).
A responsabilidade "técnica" daquilo que vai sair para o público será, no entanto, da responsabilidade do Governo, ressalvou.
"O nosso papel é contribuir para melhorar a qualidade da democracia e da cidadania e para nós uma das áreas fundamentais é a transparência. O nosso grande desafio será o de trocar por miúdos uma coisa tão complexa como é o nosso Orçamento do Estado", disse.
"Como e que conseguimos transmitir a um cidadão comum, que não percebe nada de economia nem tem nada que perceber, as opções e as orientações do Governo em relação ao OE. Como se compara com o ano anterior e a trajetória para os anos vindouros", acrescentou.
De acordo com Paulo Trigo Pereira, o documento será "muito provavelmente" divulgado entre uma semana a 15 dias depois da apresentação da proposta do OE, em formato eletrónico e disponível para consulta 'online'.
Na Europa, de acordo com o economista, são ainda muito poucos os países que têm um "Orçamento Cidadão", mas na Nova Zelândia e no Brasil, há experiências muito positivas na produção deste documento.
Não vamos copiar nada, vamos ver os orçamentos que existem e propor uma metodologia de apresentação", disse o responsável, referindo que "os países que são melhor avaliados em termos de transparência têm um orçamento do cidadão".
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