Governo quer "melhorar" rendimentos dos trabalhadores em Concertação Social

| Política
Porto Canal com Lusa

O ministro da Economia reafirmou hoje como objetivo para a Concertação Social "melhorar o rendimento" dos trabalhadores, garantindo que "todos" irão ser ouvidos no sentido de encontrar uma solução "o mais consensual" possível para o salário minino nacional.

Em Barcelos, para a apresentação dos órgãos sociais da Associação Comercial e Industrial de Barcelos e na véspera de uma reunião da concertação social, o titular da pasta de Economia, Manuel Caldeira Cabral, ouviu o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, apelar à "moderação salarial", por falta de capacidade das empresas em pagarem mais do que pagam atualmente, embora reconheça que o salário mínimo "é baixo".

Já o líder da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CPP), João Vieira Lopes, pediu ao Governo para ouvir a confederação, salientando que quem tem "os pés na água" são os agentes económicos.

"[Vamos] ouvir as propostas, ouvir todos, para que se encontre uma solução que seja o mais consensual possível e que sirva os interesses de cada uma das partes, mas também do país", disse Caldeira Cabral sobre a reunião da Concertação Social de quinta feira, salientando que o objetivo dessa reunião é "encontrar uma solução que permita melhorar o rendimento dos trabalhadores".

Sobre a discussão do salário mínimo nacional, que estará quinta-feira em cima da mesa na Concertação Social, António Saraiva alertou para a incapacidade de muitas empresas em pagarem mais do que o valor atualmente estipulado.

"Muitas empresas não têm condições para pagar mais enquanto não tiverem o salto qualitativo que todos procuramos que consigam ter e, por isso, temos que ter alguma moderação salarial e fazer depender o valor do rendimento dos ganhos de produtividade, da inflação, do crescimento económico", apontou o representante patronal, que, contudo, reconheceu que o "salário mínimo é baixo".

Já João Vieira Lopes apelou ao diálogo, destacando que são as empresas que têm o conhecimento do terreno.

"O Governo, a Assembleia da República, têm toda a legitimidade de legislar como entenderem, mas ouçam-nos, porque nós é que temos os pés na água, temos de facto uma experiência do tecido económico, mesmo que nem se aplique tudo aquilo que nós propomos", apelou.

Ainda sobre a Concertação Social, o ministro da Economia reforçou o valor que o Governo lhe reconhece.

"Reafirmo a importância que o Governo dá à Concertação Social, como uma parte da decisão que é complementar à parte politica, mas que uma não substitui a outra, são dois patamares de decisão, os quais nós respeitamos e damos a maior importância", afirmou o ministro.

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

25 de Abril. Eanes afirma que PCP tentou estabelecer regime totalitário

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou esta sexta-feira que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.