PCP exige governo que afirme primado dos interesses nacionais

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 10 nov (Lusa) - A moção de rejeição ao programa do executivo PSD/CDS-PP apresentada pelo PCP defende que a solução dos problemas do país exige a "rutura" com a política de direita e um governo que afirme "o primado dos interesses nacionais".

No texto da moção, o PCP defende que o XX Governo não tem legitimidade política ou constitucional e propõe uma rutura com as "políticas de exploração e empobrecimento", enumerando vários pontos para a construção de "uma política alternativa".

A política alternativa deverá ser "assente no crescimento económico e no emprego, na valorização dos trabalhadores e dos seus rendimentos, na recuperação para o país dos seus recursos e setores estratégicos, na defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado e na afirmação do direito de Portugal a um desenvolvimento soberano".

"Ou seja, exige um governo que afirme o primado dos interesses nacionais e que coloque em primeiro lugar os direitos e rendimentos dos trabalhadores e do povo", acrescenta.

Para os comunistas, o programa do XX Governo "confirma as muito fortes razões apontadas pelo PCP para a sua rejeição e para que seja evitada a sua entrada em plenitude de funções".

"O que o Governo PSD/CDS apresenta é a perspetiva de continuidade e intensificação da política com que agravou a exploração e o empobrecimento, aprofundou as injustiças e desigualdades e impôs a degradação do regime democrático", argumentou o PCP.

Na moção, o PCP argumenta ainda que o XX Governo "não tem legitimidade política ou constitucional" e sublinhou que a perda da maioria absoluta "representa uma clara condenação do povo português à política prosseguida nos últimos quatro anos".

Sem se referir ao acordo com o PS, o texto da moção salienta no entanto que, com os resultados eleitorais, a maioria absoluta da Assembleia da República "passou a ser detida pelos partidos que, no seu conjunto, afirmaram a sua oposição à continuidade" das políticas do XIX Governo e que, "após as eleições, afirmaram a sua disposição de assegurar uma outra solução governativa".

O PCP reiterou ainda que a nomeação do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e a posse do XX Governo foi "uma perda de tempo para o país" e uma "tentativa que se espera inglória de manter a todo o custo o PSD e o CDS à frente do Governo".

O grupo parlamentar do PCP considerou ainda que o XX Governo "não passa de uma versão mal remendada do anterior e que, a manter-se, daria continuidade às políticas que os portugueses expressamente derrotaram".

SF // SMA

Lusa/fim

+ notícias: Política

Secretário-geral do PS manifesta "muita preocupação" com posição de Aguiar-Branco

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, manifestou este sábado “muita preocupação” com a posição assumida pelo presidente da Assembleia da República (AR), José Aguiar-Branco (PSD), quanto ao que considera ser “um discurso xenófobo” do líder do Chega.

SOS Racismo diz que Aguiar-Branco não tem condições para manter presidência da AR

A associação SOS Racismo defendeu esta sexta-feira que o presidente da Assembleia da República não tem condições para continuar no cargo, depois de ter afirmado que o uso de linguagem que qualifica raças depreciativamente é admissível pela liberdade de expressão.

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.