Não há motivo para duvidar do investimento da Volkswagen em Portugal - Pires de Lima

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 08 out (Lusa) - Os proprietários de automóveis Audi em Portugal podem saber no 'site' da marca se o veículo tem o 'software' que provocou um escândalo de emissões poluentes na Volkswagen, informou hoje a Audi Portugal.

Em comunicado hoje emitido, a Siva, representante da marca em Portugal, que pertence ao grupo Volkswagen, informou que os seus clientes "já podem consultar, no 'site' da marca, informação sobre o seu veículo e ficar a saber se ele foi afetado pelo 'software' que causa discrepâncias nas emissões de óxido do azoto durante os testes de dinamómetro".

Para isso, os proprietários destes veículos devem inserir o número do chassis numa plataforma disponibilizada no 'site' www.audi.pt ou então pedir esta informação através do número telefónico 800308030.

A empresa refere que os clientes "serão oportunamente informados sobre as soluções a serem adaptadas nos seus veículos" e acrescenta que os modelos afetados são os Audi com os motores TDI de 1.6 litros ou 2.0 litros Diesel do tipo EA 189 e certificados de acordo com a norma padrão europeia de emissões EU5, garantindo que "estes veículos continuam a poder circular em condições tecnicamente seguras, sem quaisquer restrições".

Além disso, a Audi indica que os motores TDI de 1.6 litros e 2.0 litros Diesel certificados de acordo com a nova norma de emissões EU6 não são afetados, bem como os motores V6 e V8 TDI, independentemente de estarem certificados de acordo com a norma EU5 ou EU6.

A SIVA, que representa o grupo Volkswagen em Portugal, colocou no 'site' da Volkswagen e da Skoda um sistema que, através da identificação do número de chassis, permite aos proprietários saber se o seu carro tem ou não o 'kit' manipulador de emissões de gases poluentes.

A Agência de Proteção do Meio Ambiente dos Estados Unidos acusou no passado dia 18 de setembro a Volkswagen de falsear o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes através de um 'software' incorporado em veículos a diesel.

Dias depois, a Volkswagen reconheceu ter falseado os dados e anunciou que mais de 11 milhões de carros a gasóleo em todo o mundo têm equipamento que permite alterar o desempenho dos motores em termos de emissões para a atmosfera.

ND (AJG/ISG) // ATR

Lusa/fim

Lisboa, 08 out (Lusa) -- O ministro da Economia afirmou hoje que o Governo "não tem nenhum" motivo para duvidar, ou para "estar ansioso", sobre o investimento da Volkswagen na Autoeuropa, considerando que este depende da procura dos novos modelos do grupo alemão.

"Não temos nenhuma razão para duvidarmos ou estarmos ansiosos em relação a este investimento, tem sido sempre considerado pela Volkswagen como essencial ao desenvolvimento da sua atividade comercial", afirmou hoje António Pires de Lima, quando questionado pelos jornalistas sobre os impactos do escândalo da empresa alemã na fábrica portuguesa.

O ministro da economia salientou que a Autoeuropa "está a executar o investimento tal como negociado com a AICEP", um investimento em dois modelos do grupo alemão, com os motores homologados e que cumpram todos os requisitos ambientais, de cerca de 600 milhões de euros e que prevê a criação de mais 500 empregos diretos.

"É evidente que o nível de atividade da Autoeuropa depende do sucesso destes modelos, destes veículos, da procura que haja por parte dos clientes da Volkswagen", considerou o governante, defendendo a atividade da fábrica portuguesa.

Para Pires de Lima, o Estado "tem todo o interesse em manter-se ao lado da Autoeuropa para que possa concretizar nos 'timings' e na dimensão previstas o investimento que não só assegura o emprego que temos hoje em dia na Autoeuropa, mas por ventura permite a criação de mais 500 empregos diretos", afirmou o ministro.

O ministro disse ainda que a Volkswagen fez na quarta-feira "um anúncio genérico de assunção de responsabilidades e deu calendário entre janeiro e dezembro de 2016 para retificar todos os motores de todos os veículos que neste momento tem motores com kit fraudulento".

Segundo o ministro, o grupo de trabalho criado pelo Governo para assegurar a monitorização das ações decorrentes da fraude do grupo alemão está a reunir e a recolher elementos, de modo a que na próxima quinta-feira, dia 15, possa existir uma reunião plenária "para analisar um primeiro 'draft' [rascunho] de avaliação e conclusões" sobre a situação.

O grupo Volkswagen detém em Portugal a fábrica da Autoeuropa, onde são produzidos os modelos Volkswagen Eos, Scirocco e Sharan e Seat Alhambra.

Em março de 2014, o grupo anunciou um investimento de 670 milhões de euros e a criação de mais de 500 postos de trabalho para o período entre 2014 e 2019, que prevê também a vinda de novos modelos para a fábrica após a descontinuação do Volkswagen Eos e permite dobrar a produção e a capacidade de exportação da empresa.

A 18 de setembro, a Agência de Proteção do Meio Ambiente dos Estados Unidos acusou a Volkswagen de falsear o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes através de um 'software' incorporado no veículo.

Dois dias depois, a Volkswagen reconheceu ter falseado os dados e anunciou que 11 milhões de veículos do grupo em todo o mundo têm equipamento que permite alterar o desempenho dos motores em termos de emissões para a atmosfera, um escândalo que levou à demissão do presidente executivo do grupo, Martin Winterkorn, substituído por Matthias Mueller.

SP (JNM)// ATR

Lusa/fim

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