Svetlana Aleksievitch traçou a "história da alma" pós-soviética - Academia
Porto Canal com Lusa
Estocolmo, 08 out (Lusa) - A jornalista bielorrussa Svetlana Aleksievitch, Nobel da Literatura 2015, é uma "escritora extraordinária" que traçou uma "história da alma" do período pós-soviético, afirmou hoje a secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius.
Numa declaração divulgada pela Academia, a nova secretária permanente afirmou que Svetlana Aleksievitch, de 67 anos, "esteve ocupada nos últimos trinta ou quarenta anos a mapear o indivíduo [do período] pós-soviético".
"Não se trata de uma história sobre acontecimentos, mas sobre emoções", afirmou Sara Danius, sublinhando que os temas retratados por Svetlana Aleksievitch, como o desastre nuclear de Chernobyl, são "pretextos para conhecer o indivíduo soviético e pós-soviético".
Da autora está publicado em Portugal o livro "O fim do homem soviético -- um tempo de desencanto", que saiu este ano pela Porto Editora.
Na história do Nobel da Literatura somam-se agora 14 mulheres distinguidas com o galardão, sete delas nos últimos 25 anos.
A mais recente foi a escritora canadiana Alice Munro, em 2013, antecedida da alemã de origem romena Herta Müller, em 2009, da britânica Doris Lessing, em 2007, da austríaca Elfriede Jelinek, em 2004, da norte-americana Toni Morrison, em 1993, e da sul-africana Nadine Gordimer, em 1991.
A poetisa alemã Nelly Sachs, em 1966, a chilena Gabriela Mistral, em 1945, a romancista norte-americana Pearl S. Buck, em 1938, a escritora norueguesa Sigid Undset, em 1928, e a italiana Grazia Deledda, em 1926, foram as anteriores.
A sueca Selma Lagerlöf, autora de "A maravilhosa viagem de Nils Holgersson", foi a primeira mulher distinguida com o Nobel da Literatura, em 1909.
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