Cancelada tourada com anões prevista para quinta-feira em Viana do Castelo

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Porto Canal com Lusa

Évora, 19 ago (Lusa) -- Esqueletos de vítimas da Inquisição em Évora, descobertos em escavações realizadas em 2007 e 2008, foram estudados por investigadores das universidades de Coimbra e Évora, tendo o trabalho sido agora publicado numa revista internacional de arqueologia antropológica.

A edição de setembro do Journal of Anthropological Archaeology publica um artigo científico da autoria de Bruno Magalhães e Ana Luísa Santos, do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da Universidade de Coimbra, e Teresa Matos Fernandes, da Universidade de Évora.

Além de sair nesta publicação da especialidade, a pesquisa efetuada pelos três investigadores é referida num artigo, de terça-feira, da revista norte-americana Forbes.

Os investigadores estudaram esqueletos de 12 vítimas da Inquisição em Évora, dos 13 que foram descobertos, assim como mais 980 ossadas dispersas, em escavações realizadas em 2007 e 2008, na zona do antigo Tribunal da Inquisição, mais precisamente num terreno anexo ao Jardim das Casas Pintadas.

O trabalho destes três arqueólogos permitiu constatar que, destes 12 esqueletos, nove eram do sexo feminino e os outros três do sexo masculino, todos adultos, depositados num local que terá sido usado, entre 1568 e 1634, como "lixeira" da prisão associada ao Tribunal da Inquisição.

Num trabalho científico da sua autoria datado de 2013, consultado hoje pela Lusa, Bruno Magalhães afirma que "a ausência de estruturas e ritualização funerárias e a posição incomum dos esqueletos, com várias orientações, sugerem terem pertencido a prisioneiros ali descartados".

"Um elemento fundamental e comum a quase todos [os esqueletos] é que não foi aberta uma sepultura para a sua colocação", pois 11 deles "foram depositados diretamente na lixeira", pode ler-se no trabalho "Os irreconciliados da fé da Inquisição de Évora. Análise paleobiológica de uma amostra osteológica Moderna proveniente do 'Quintal da limpeza dos cárceres'".

No artigo do Journal of Anthropological Archaeology, os arqueólogos avançam que o facto de estas vítimas terem sido jogadas nesta "lixeira" sugere, provavelmente, uma forma de punição do corpo e, acima de tudo, do espírito no período após a morte.

Os esqueletos podem ter pertencido a prisioneiros que "morreram antes de terem sido julgados" ou antes de cumprirem "a pena" que lhes foi atribuída pelo seu crime, sugerem, como hipótese, os investigadores, que também indicam que poderiam tratar-se de judeus, mas que não há forma de o provar.

No artigo, os autores defendem a realização de uma escavação arqueológica mais alargada e aprofundada deste terreno, já que, nas campanhas efetuadas em 2007 e 2008, só foi escavada uma área inferior a 21 metros quadrados.

Novas escavações arqueológicas, pode ler-se, poderiam permitir "uma melhor compreensão deste período negro da História caracterizado pela intolerância religiosa na vida e no período pós-morte".

A Lusa tentou contactar hoje os três investigadores portugueses, mas sem sucesso.

RRL // ROC

Lusa/Fim

Vila Nova de Gaia, Porto, 19 ago (Lusa) -- Os sapadores bombeiros de Gaia identificaram hoje numa habitação na Madalena um ninho de vespa asiática cuja destruição deverá ocorrer a partir das 20:30.

Durante o dia de hoje, os bombeiros foram alertados para três situações de suspeitas de ninho de vespa velutina, também conhecida por vespa asiática, no concelho, mas só uma se confirmou.

O ninho numa habitação da freguesia da Madalena será removido a partir das 20:30 por "ser a altura mais segura" e quando as vespas velutinas "estão menos agressivas".

Esta espécie predadora foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004.

Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir no final do seguinte.

Viana do Castelo, capital do Alto Minho é o concelho com maior número de casos registados. E em dois anos foram sinalizados 619 ninhos de vespa asiática.

LIL (ABYC) // MSP

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Viana do Castelo, 19 ago (Lusa) - Um movimento pró-tourada de Viana do Castelo cancelou uma tourada com anões, na quinta-feira, por o tribunal ainda não ter decidido a providência cautelar que interpôs para contestar o indeferimento municipal à instalação de uma praça amovível na cidade.

Em declarações hoje à agência Lusa, o porta-voz do movimento "Vianenses pela Liberdade", José Carlos Durães, adiantou que aquele "espetáculo cómico foi anulado, porque o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAFB) ainda não se pronunciou sobre a providência cautelar que o grupo entregou na segunda-feira passada".

"Sem autorização do tribunal não vamos montar arena. A estrutura já está no local, mas não fazer nada enquanto não tivermos uma decisão", disse.

A ação agora movida foi apresentada pela sociedade de advogados Camacho Nunes e associados, com sede no Montijo, que este ano está a dar apoio jurídico ao movimento local criado em 2009, depois de a câmara ter aprovado, por proposta da maioria socialista, uma declaração afirmando Viana como "anti-touradas", a primeira do país.

O recurso aos tribunais foi "a única alternativa" do grupo de aficionados face ao indeferimento municipal de instalação de uma praça amovível, num terreno privado na freguesia de Areosa, para acolher vários eventos tauromáquicos, entre elas a tourada de anões, na quinta-feira, e uma corrida de touros, no domingo.

Na semana passada, a Câmara de Viana do Castelo indeferiu o pedido alegando "incumprimento" dos regimes da Reserva Ecológica Nacional (REN), da Reserva Agrícola Nacional (RAN), do Plano Diretor Municipal (PDM), da Rede Natura 2000 e do Plano Ordenamento Costeiro (POC), entre Caminha e Espinho.

No indeferimento, a autarquia da capital do Alto Minho, liderada pelo socialista José Maria Costa, adiantou que o terreno em causa "está também em perímetro de emparcelamento da Areosa, Carreço e Afife".

"Na consciência de que é a melhor solução de forma a salvaguardar o interesse público, proteger o coberto vegetal e solo arável do terreno que, com a ocupação pretendida, ficaria irremediavelmente afetado", lê-se no documento.

A colocação das tábuas que compõem a arena amovível Ricardo Chibanga, no terreno alugado pelo grupo pró-tourada, ocorreu terça-feira.

A I Semana Taurina, organizada por aquele movimento, além do número agora cancelado e da tourada anunciada para domingo, inclui uma tertúlia, uma feira do livro taurino, uma largada popular, exposições de fotografia e de cartazes taurinos antigos e o certame "Toiro Bravo - Um Sabor a Descobrir", com pratos confecionados à base de carne de toiro bravo nos restaurantes aderentes.

O cartel da corrida de domingo, às 17:30, integra os cavaleiros Rui Salvador, Marco José, Ana Batista, António Brito Pais, João Moura Caetano e Joaquim Brito Pais, com a participação dos forcados de Santarém. Serão lidados seis touros, três da ganadaria de Paulo Caetano e os restantes de Brito Pais.

A acontecer, será a quarta tourada a decorrer na primeira cidade anti-touradas do país, e a segunda a ser organizada pelo movimento local. Em 2012 e 2013 as touradas foram promovidas pela Prótoiro, federação de associações taurinas.

Um grupo local anti-touradas já anunciou a realização de uma manifestação no domingo, junto ao recinto onde decorrerá o espetáculo tauromáquico.

ABYC //

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