O ex-presidente de uma empresa pública de transportes detido por suspeitas de peculato e abuso de poder pertence ao grupo CP, havendo suspeitas de mais envolvidos em Portugal e Angola, disse hoje à Lusa fonte da PJ.

A Polícia Judiciária anunciou hoje, em comunicado, a detenção, no aeroporto de Lisboa, de um ex-presidente de uma empresa pública da área dos transportes, por suspeitas de crimes de peculato e abuso de poder praticados no âmbito de uma ação de cooperação com Angola.

Em declarações à Lusa, fonte da PJ acrescentou que a detenção ocorreu "na quinta-feira passada ao final da tarde/início da noite" no aeroporto de Lisboa, referindo haver ainda "indícios de mais pessoas envolvidas [no caso] no âmbito de ações de formação em Portugal e Angola" na área dos transportes.

A mesma fonte não adiantou mais pormenores, uma vez que a investigação prossegue "com vista à continuação de recolha de prova e ao apuramento total das responsabilidades criminais dos envolvidos".

Na nota da PJ lia-se que o detido - atualmente quadro de uma empresa pública na área dos transportes -- foi presente a tribunal, tendo-lhe sido decretado o pagamento de uma caução de 37.500 euros como medida de coação.

O detido foi ainda suspenso de "funções públicas ou exercício de cargos de gestão pública" e proibido de se ausentar para fora do país.

O comunicado referia ainda que no âmbito da operação, desencadeada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), foram realizadas buscas, tendo sido apreendido diverso material relacionado com a prática da atividade criminosa em investigação.

O valor do benefício ilícito apurado até ao momento é de 100 mil euros.