CDU/Porto diz que câmara vai "tapar buracos" de um "negócio especulativo" no Aleixo

| Política
Porto Canal / Agências
Porto, 29 jun (Lusa) -- A CDU/Porto afirmou hoje que a nova solução do executivo municipal para o Bairro do Aleixo, uma zona degradada com problemas sociais e de insegurança, é uma forma de "tapar os buracos" de um "negócio especulativo".

Em conferência de imprensa, o vereador da CDU na Câmara do Porto, Pedro Carvalho, referiu que a coligação Rui Moreira/CDS-PP/PS recuperou uma das "mais desastrosas e antissociais" decisões de Rui Rio, antigo presidente do município.

A Câmara do Porto divulgou, na semana passada, que vai realojar mais de 300 moradores de torres ainda por demolir no Bairro do Aleixo, graças à entrada de um novo parceiro no fundo imobiliário criado para o efeito.

O Fundo do Aleixo (Invesurb) estava em risco de liquidação por estar no limite do capital máximo admitido (cinco milhões de euros), o que limitava o processo de construção de novas habitações, mas ganhou agora nova fôlego com a entrada da construtora Mota Engil.

A Mota Engil vai injetar dois milhões de euros no fundo, tal como a Câmara do Porto, que, assim, substituiu a sua participação em espécie (terrenos).

Segundo Pedro Carvalho, a tentativa "desesperada" de salvar o fundo e assegurar a sua liquidez leva o executivo municipal a "dar o dito por não dito" e a despender recursos financeiros que, segundo o PCP, garantira nunca fazer.

"Rui Moreira, CDS e PS querem entregar mais de dois milhões de euros a um fundo quase falido, prosseguindo com a operação de expulsão e desenraizamento dos moradores do Bairro do Aleixo", disse Pedro Carvalho.

Pedro Carvalho entende que o executivo se prepara para beneficiar a Mota Engil e outros parceiros do fundo de investimento, patrocinando uma "operação urbanística de luxo montada à medida dos "vistos gold" do Governo PSD/CDS-PP".

Além disso, o deputado comunista alertou para a redução para metade do número de fogos de habitação social que o fundo de investimento deveria fazer, passando de 300 para 153.

Na sua opinião, a melhor solução seria suspender a operação imobiliária, rescindir com justa causa o contrato estabelecido em janeiro de 2010 e promover a liquidação do fundo de investimento.

"Todos os objetivos apresentados como fundamentação para a constituição desse Fundo de Investimento e para a "Operação Aleixo" falharam", frisou Pedro Carvalho.

O deputado Honório Novo considerou que esta proposta é uma "operação de expulsão e de desenraizamento social" de centenas de pessoas que não têm culpa da degradação do bairro.

Segundo o comunista, deveria proceder-se a uma revitalização urbanística, eliminado as torres existentes, mas realojando os moradores no mesmo local para não os desenraizar.

"Há uma mudança de nível de responsabilidade do PS porque, enquanto em 2010 apoiava a decisão, agora é coautor dela", salientou.

O processo de demolição do Bairro do Aleixo, iniciado durante o mandato do anterior executivo liderado pelo social-democrata Rui Rio, está suspenso há cerca de dois anos, apesar da demolição, em 2011 e 2013, de duas das cinco torres do bairro situado na zona de Lordelo do Ouro.

SYF // MSP

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