Águeda desvia o rio para terminar com as cheias da cidade
Porto Canal (JYL)
O presidente da câmara de Águeda, Gil Nadais, acredita ter mudado o destino dos comerciantes da Baixa, que sofrem prejuízos todos os anos, ao abrir um canal para o rio contornar a cidade.
Avaliada em cerca de 1,7 milhões de euros, a obra realizada para abrir o canal onde o rio passará a contornar a cidade, esteve parada devido a problemas com o empreiteiro, mas foi retomada e segue em ritmo acelerado, de forma a não perder a comparticipação dos fundos comunitários. Espera-se que a obra fique concluída ainda no próximo inverno.
"Espero que o próximo inverno seja muito mais sossegado do que o anterior. Foi muito complicado, até porque tivemos obras na ponte velha, o que dificultou imenso o escoamento da água. Espero que ele possa ser referido como o último ano de cheias em Águeda”, afirmou Gil Nadais, à Lusa.
A Baixa da cidade tem alagado todos os anos com a água das chuvas que escorre das encostas do Caramulo. Se as fortes chuvas coincidem com marés vivas na Barra, o mar não dá saída às enxurradas que refluem e Águeda vive momentos de pânico. Em 2001, a água chegou até às varandas das casas do primeiro andar.
Gil Nadais, um jovem autarca socialista, percebeu rapidamente que fosse qual fosse o governo era Águeda que tinha de avançar para se proteger e a autarquia avançou para um conjunto de obras hidráulicas: duas pontes para substituir taludes e um novo percurso para o rio contornar a cidade, num investimento total de 2,6 milhões de euros.
“Era urgente dar resposta a este problema e uma das intervenções é este canal, que vai possibilitar que a água flua mais facilmente durante os inverno. O conjunto compreende mais duas pontes, uma das quais já está em construção em Óis da Ribeira, para retirar os aterros que impediam o curso do rio”, disse.
Com o canal artificial de 22 metros de largura e perto de 800 metros de extensão, o rio passa a ter dois percursos, com duas alternativas para escoar a água: uma é o leito normal e a outra é o canal que está a ser aberto, onde há muitos anos passava o “rio velho”.
“Águeda costuma ter dois problemas, um no verão e outro no inverno. No verão temos os incêndios, de inverno as cheias. Estou convencido que com este canal e as duas pontes deixaremos de ter as cheias que tanto incomodam as pessoas aqui na baixa de Águeda. É natural que o rio venha na mesma a galgar as margens e a inundar as várzeas, mas deixará de ser um problema na área urbana, com as dimensões que tem sido”, conclui Gil Nadais.