Uma dezena protesta contra portagens na Via do Infante à porta do Pontal
Porto Canal / Agências
Quarteira, 17 ago (Lusa) -- Uma dezena de pessoas participaram hoje, em Quarteira, no protesto simbólico que a Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) realizou à porta da Festa do Pontal, que assinala a reentrada política do PSD após as férias.
Com cartazes a dizer "Demissão do Governo PSD/CDS-PP", "Suspensão das portagens já" ou "Um ano a destruir o Algarve", os manifestantes envolveram-se numa troca acesa de palavras com apoiantes do PSD, que entravam para o recinto onde vai realizar-se o jantar e onde o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, vai discursar.
"Isto é mais uma ação simbólica da comissão de utentes contra a introdução de portagens na Via do Infante. O primeiro-ministro irá dizer que tudo está bem, que o défice diminuiu, e que o país está a recuperar, mas não é isso que os algarvios sentem", disse aos jornalistas João Vasconcelos, um dos dirigentes da comissão.
O dirigente da estrutura que representa os utentes da antiga Autoestrada Sem Custos para o Utilizador (SCUT) do Algarve considerou que os algarvios sentem que "a vida está cada vez pior", que "os salários e os subsídios foram cortados", e sublinhou que demorou duas horas pela Estrada Nacional 125 (EN125) desde Portimão até Quarteira.
"É um sufoco. Vimos vários acidentes, e este é o quotidiano das pessoas cá. Iremos continuar a protestar até à abolição das portagens", garantiu.
João Vasconcelos disse já não ter esperança de conseguir apresentar pessoalmente os seus argumentos ao primeiro-ministro, porque, disse, já fez várias tentativas de entregar documentos a Pedro Passos Coelho, e de falar com ele, mas sem sucesso.
"Esperamos que tenha uma palavra para as pessoas que sofrem, para os desempregados - porque provocou milhares de desempregados - e para os cortes de subsídios, de salários, para a catástrofe que as portagens foram para o Algarve, e para os acidentes que todos os dias se veem na EN125", afirmou.
Por tudo isto, João Vasconcelos pede ao Governo liderado por Pedro Passos Coelho que se demita e dê lugar a um novo executivo "que tome como primeira medida a abolição destas portagens".
Questionado sobre se temia algum tipo de confronto com os apoiantes do PSD à entrada do recinto, João Vasconcelos respondeu que o protesto é "pacífico" e que espera a mesma atitude do outro lado.
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