PSD, CDS e PS recuam e travam proposta de cobertura das campanhas eleitorais
Porto Canal (SYE)
A proposta de cobertura jornalística das campanhas eleitorais parece ter morte anunciada. Os sociais-democratas sugerem que a ideia de apresentar planos prévios de cobertura mediática é do PS. Nas três bancadas, muitos deputados estavam indignados com o projecto que se encontra em cima da mesa. As bancadas do PCP e do BE prometiam votar contra.
O PS foi o primeiro a dar conhecimento do seu recuo. Enquanto que na quinta-feira o PS, PSD e CDS davam o texto como quase fechado, a deputada Inês de Medeiros afirma que “a proposta ainda não entrou. Há uma reflexão em curso. A ideia é haver uma proposta para resolução de um problema que foi identificado. Nunca esteve em cima da mesa um visto prévio. O modelo que foi debatido já existe noutros países e tem que ver com uma espécie de estatuto editorial de cada órgão de comunicação social que só pode ser avaliado por ele”.
A deputada garantiu que a proposta só dará entrada na Assembleia da República se houver um consenso entre todas as bancadas. O consenso que aparentemente havia com o CDS e o PSD começou a desmoronar-se nesta sexta-feira.
Em causa está uma proposta que prevê que os órgãos de comunicação social entreguem antecipadamente um plano de cobertura das campanhas a uma comissão mista constituída por elementos da Comissão Nacional de Eleições e da Entidade Reguladora da Comunicação Social. O incumprimento desse plano está sujeito até 50 mil euros de coima.