Anúncio de greve na TAP está a provocar cancelamentos nos hotéis
Porto Canal
A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) avisou hoje que o anúncio da greve de pilotos na TAP, entre os dias 01 e dez de maio, já está a provocar o cancelamento de reservas.
"Os associados da AHP, especialmente os de Lisboa e Porto, já registaram o cancelamento de reservas, em direta consequência do anúncio da greve", indicou a associação, num comunicado relativo à paralisação que foi aprovada na quarta-feira, numa assembleia-geral convocada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).
De acordo com o presidente da AHP, Luís Veiga, citado no comunicado, os impactos desta greve, "agendada para um período muito longo", começam "bem antes", a partir dos dias 25 a 27 de abril, e estendem-se "até bem depois", para 15 de maio, com os clientes dos hotéis a fazerem "cancelamentos de pré-reservas e desvios para outros destinos concorrentes".
Em causa está a preocupação destes clientes com a eventual dificuldade de reembolso do dinheiro das reservas, se cancelarem mais tarde, explicou o mesmo responsável, e "por temerem a imensa perturbação que uma greve deste tipo provoca".
As contas feitas pela AHP indicam que o maior impacto da paralisação dos pilotos vai acontecer nas regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto, que são destinos de fim-de-semana e de congressos "muito fortes nesta época do ano", e onde mais de três quartos dos hoteleiros esperavam uma taxa de ocupação superior a 75% da capacidade.
"Esta greve será muito nociva para o turismo em geral e para a hotelaria em particular e claro, para a TAP e para os passageiros", considerou ainda Luís Veiga, acrescentando que "terá efeitos muito negativos e enormes prejuízos" para o setor e "para Portugal como destino turístico".
O presidente da AHP criticou ainda "a banalização do recurso à greve, que devia ser encarada como o último instrumento de protesto e reivindicação".
Num comunicado emitido na semana passada, a direção do SPAC já tinha informado que "o processo negocial entre o sindicato, a TAP e a PGA, no âmbito do compromisso subsidiário do acordo ratificado com o Governo em 23 de dezembro de 2014 chegou a um impasse insanável, por motivos estritamente imputáveis à TAP, à PGA e ao Governo".
Em causa, estão as pretensões dos pilotos sobre as diuturnidades e sobre a obtenção de 20% do capital da companhia aérea, aquando da sua privatização, que deverá estar concluída até ao final desta legislatura.