Jardim diz que a Madeira vai continuar a exigir respeito após "mudança de ciclo político"

| Política
Porto Canal / Agências

Caniçal, Madeira, 27 mar (Lusa) -- O presidente cessante do governo madeirense, Alberto João Jardim, afirmou hoje que a região não vai deixar de exigir respeito com a "mudança de um ciclo político", assegurando que vai participar na vida política como um "cidadão mais livre".

Na inauguração de um barco de pesca no Caniçal, concelho de Machico, o social-democrata, que esteve ausente da campanha para as legislativas regionais de domingo, lembrou que o "primeiro ciclo de autonomia" foi aproveitado para renovar a frota pesqueira e falou da dívida do arquipélago para declarar que o Estado português não tem o direito de tratar a Madeira "à parte", quando aproveitou "dois terços" do que a região produziu.

"Não aceito qualquer passividade, não aceito que se pense que a mudança de um ciclo político da Madeira seja o fim da história. Ela ainda mal começou, porque nós, madeirenses, não deixamos de exigir que seja feita justiça ao esforço que demos à pátria comum durante seis séculos", afirmou, no discurso, avisando que agora "a língua [poderá] estar ainda mais solta" para dizer o que não podia enquanto presidente.

"Nós exigimos que esse esforço seja respeitado e que não sejam deitados encargos sobre nós por termos tido força de vontade nestes 40 anos de ter ido buscar dinheiro onde ele havia, feito a divida pública que era necessário fazer para recuperar de atrasos que outros nos impuseram", acrescentou.

Ao fim de quase 40 anos no poder, sempre com maioria absoluta, o responsável vai "gozar com tranquilidade" os próximos tempos e conhecer as obras que inaugurou mas não teve mesmo tempo para conhecer de perto.

Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de se afastar da política, respondeu com prontidão: "Isso nunca. Sou um cidadão que vai participar na vida política, agora com o estatuto de simples cidadão, mas muito mais livre para dizer aquilo que tive de conter".

O social-democrata disse que não irá "mexer uma palha" para uma eventual candidatura a Belém. "Se houvesse o número de cidadãos a pôr o meu nome...", admitiu, tendo acrescentado que não venceria porque em Portugal "só quem é proposto por partidos" o consegue.

Jardim agradeceu ainda os 40 anos "bem felizes" que considera que a região lhe deu.

ROC // ZO

Lusa/fim

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