Cancelada manifestação de domingo após assassínio de opositor russo Boris Nemtsov
Porto Canal / Agências
Moscovo, 28 fev (Lusa) -- A oposição russa cancelou hoje a manifestação de protesto prevista para domingo em Moscovo para exigir o fim da ingerência russa no conflito da Ucrânia, após o homicídio do líder opositor Boris Nemtsov.
"Foi tomada a decisão de cancelar a marcha anticrise prevista para 01 de março em Maryino (na periferia da capital russa) por causa do que aconteceu. Nesse dia vamos realizar uma marcha fúnebre no centro de Moscovo", anunciou Mijail Kasianov, um dos opositores mais próximos de Nemtsov.
Mijail Kasianov, copresidente do Partido Republicano da Rússia, acrescentou que na manhã de hoje vai contactar o município de Moscovo para acertar o local e hora da marcha.
Boris Nemtsov, de 55 anos, foi alvejado na noite de sexta-feira quando passeava perto do Kremlin.
Nemtsov estava acompanhado por uma jovem proveniente da Ucrânia, quando foi abatido.
O Presidente russo, Vladimir Putin, já reagiu, considerando o assassínio deste seu crítico "uma provocação".
O líder do partido da oposição Yabloko, Sergei Mitrokhin, disse que o crime é um "ato terrorista" e instou as autoridades a encontrarem os responsáveis pela morte de Nemtsov para evitar qualquer sombra de desconfiança.
Boris Nemtsov era copresidente do Partido Republicano da Rússia.
Entre os vários cargos políticos ocupados por Nemtsov, que tinha 55 anos, estão o de governador da região de Nizhny Novgorod, no centro da Federação Russa, deputado e vice-primeiro-ministro no final dos anos 1990, sob a presidência de Boris Yeltsin.
Depois de sair do parlamento, em 2003, ajudou a criar e liderou vários partidos e grupos da oposição.
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