Bruxelas, 25 fev (Lusa) -- O comissário europeu da Energia, Miguel Arias Cañete, assegurou hoje, em Bruxelas, que o reforço das interligações energéticas dentro da União Europeia é uma "prioridade absoluta" da Comissão Europeia, que apoiará todos os esforços dos Estados-membros, como Portugal.

Durante a conferência de imprensa de apresentação da nova estratégia da 'Comissão Juncker' para uma verdadeira 'União Energética', o comissário espanhol, questionado sobre se, desta vez, países como Portugal e Espanha podem acreditar que será realmente posto fim ao seu isolamento energético, assegurou que Bruxelas encara esta questão como "prioritária" e não quererá deixar passar a oportunidade.

Como tal, asseverou, "a Comissão vai apoiar todos os esforços" dos Estados-membros, e deu o exemplo da cimeira tripartida que juntará, a 04 de março, em Madrid, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o chefe de Governo espanhol Mariano Rajoy e o presidente francês, François Hollande.

"Estamos a falar de segurança energética, que, atualmente, é uma prioridade absoluta. Reduzir a dependência de fornecedores únicos, de rotas únicas e de fontes de energia únicas é uma prioridade absoluta", apontou.

Lembrando que "há um acordo entre os operadores das redes elétricas de França, Espanha e Portugal de seguirem com novos projetos", Cañete assinalou a realização de uma cimeira a três no próximo dia 04 de março, "para falar das interligações".

"Penso que o momento político, a necessidade de garantir a segurança, de ligar todo o território europeu através de conexões elétricas e gasodutos, é uma prioridade política fundamental. A segurança energética é fundamental, e há que aproveitar este momento e a Comissão vai apoiar todos os esforços", disse.

Em dezembro passado, Passos Coelho, Rajoy e Hollande acordaram, à margem de um Conselho Europeu em Bruxelas, celebrar uma cimeira dedicada aos projetos de interligações energéticas.

A 04 de fevereiro, após um encontro, em Bruxelas, com o vice-presidente para a União Energética, Maros Sefcovic, o ministro do Ambiente e da Energia afirmou-se confiante de que, "desta vez", as interligações energéticas entre a Península Ibérica e o resto da Europa vão mesmo avançar, destacando a sintonia entre Lisboa, Madrid, Paris e Bruxelas.

O ministro comentou então que "chegou a altura de concretizar" o acordo com vista a por fim ao isolamento da Península Ibérica, e sustentou que "a concretização desse acordo implica um envolvimento maior da Comissão Europeia, que passou a ter a responsabilidade de ir avaliando o nível de interligações e assegurando as fontes de financiamento adicionais para que, de facto, se façam interligações de eletricidade e de gás entre Portugal, Espanha e França".

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