Nuno Cardoso quer repor dignidade dos reformados no Porto

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 07 ago (Lusa) -- O candidato independente à Câmara do Porto Nuno Cardoso prometeu hoje "repor a dignidade dos reformados" e "resgatar" os portuenses da miséria, criticando os responsáveis pelo estado do país e dizendo estar "farto de narrativas mentirosas".

"Vamos repor a dignidade dos reformados através da Câmara quando estivermos no poder a partir de outubro. Vamos lutar fortemente e criar condições da própria câmara repor essa dignidade aos cidadãos", afirmou, em declarações à Lusa no fim de uma homenagem a António Ferreira Gomes, bispo do Porto entre 1952 e 1982, forçado ao exílio em 1959 pelo regime salazarista.

Considerando "ignóbil" retirar rendimentos a quem "já não tem força de trabalho", Cardoso defendeu que se encontrem os responsáveis pelo estado do país em vez de se andar "ao encontro de narrativas mentirosas".

"Estou farto de narrativas mentirosas", frisou.

Garantindo que será "sempre socialista", Cardoso explicou que a sua candidatura, "absolutamente para lá dos partidos", pretende "dar voz a quem não tem voz".

"Eu serei sempre socialista, temos pessoas do CDS, do PSD. O que nos une é o Porto e os portuenses, para lá de qualquer ideologia. A situação é tão difícil que nos obriga a agirmos e a tentar cumprir o exemplo de António Ferreira Gomes, tentando dar voz a quem não tem voz", defendeu.

Nuno Cardoso falava à Lusa depois de, num breve discurso junto à estátua do ex-bispo do Porto, criticar o "Portugal de cravo murcho ao fim de quase 40 anos de revolução", onde a cidade "definha, sem lustro nem nervo para se defender de um Estado cada vez mais centralista e arrecadador de impostos".

Afirmando a "emergência social" como prioridade da candidatura, o independente disse não se conformar "com a pobreza" e pretender "restituir dignidade às pessoas com urgência".

"As pontes mais prioritárias são as pontes com as pessoas, resgatá-las da miséria e dar-lhes a dignidade que merecem", notou, comprometendo-se a "repor a partir de outubro" os cortes de água e luz nos bairros sociais, onde "as pessoas estão em situação dramática".

Questionado sobre se a sua candidatura se dirige às minorias, alertou que "as minorias são cada vez mais maiorias", que o Porto está "muito empobrecido" e que "os pobres já não estão em minoria".

Presidente da Câmara do Porto entre 1999 e 2002, quando o socialista Fernando Gomes abandonou o cargo para ser ministro da Administração Interna, Nuno Cardoso concorre, para suceder a Rui Rio, com Luís Filipe Menezes (PSD), Manuel Pizarro (PS), Rui Moreira (independente), José Soeiro (BE), Pedro Carvalho (CDU) e Costa Pereira (PTP).

ACG // JGJ

Lusa/fim

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