Sócrates estranha que DCIAP só tenha visto 'email' quatro dias depois de enviado

Sócrates estranha que DCIAP só tenha visto 'email' quatro dias depois de enviado
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Porto Canal

José Sócrates revelou hoje não compreender porque razão o DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal) apenas abriu quatro dias depois uma mensagem eletrónica enviada a manifestar disponibilidade para prestar depoimentos no processo judicial.

"O que é absolutamente extraodinário é que esse 'email', enviado às 15:54 de 21 de novembro, só tenha sido oficialmente recebido pelo DCIAP às 16:04 do dia 25, já depois de decretada a prisão preventiva, sustentada, entre outras, nessa alegação absurda do perigo de fuga".

Na entrevista concedida à SIC, em resposta a perguntas formuladas pela estação, Sócrates afirmou que o "pequeno truque" de "ignorar o email para sustentar o perigo de fuga, é muito revelador".

"Ainda estou à espera que o senhor diretor do DCIAP [Amadeu Guerra] se digne explicar o que se passou", afirmou.

O ex-primeiro-ministro recordou que, à chegada a Lisboa, a 21 de novembro, proveniente de Paris, foi-lhe comunicada "imediatamente a detenção e nada poderia ter sido feito para a evitar".

"A minha detenção nada teve a ver com justiça, mas com espetáculo. Não se tratou de cumprir um qualquer objetivo jurídico legítimo, mas teatralizar politicamente uma ação judicial", sustentou.

Sócrates justificou a mudança de voo de quinta-feira para sexta-feira, ao final da tarde, com a participação num semanário académico e com "a deslocação do advogado a Paris para uma reunião que não estava inicialmente prevista".

"Francamente, não percebo que suspeitas essas alterações (de voo) possam justificar", acentuou, acrescentando: "Alguém estava a esforçar-se muito para evitar o óbvio: eu ia a entrar (no País) e não a sair".

O ex-primeiro-ministro acusou ainda o Ministério Público (MP) de ter violado "propositadamente o segredo de justiça" e questionou os indícios que lhe são imputados, tais como "o milhão [de euros] descoberto num cofre" que disse nunca lhe ter pertencido, as "malas de dinheiro que iam para Paris" e o "fundo para esconder imóveis" que, assegurou, nunca lhe pertenceram.

Disse ainda que nunca tomou "iniciativa para favorecer o grupo Lena", cujos administradores conheceu "em ações de diplomacia económica", e que "o Governo português empenhou-se" no projeto daquela empresa na Venezuela "como noutros locais".

Sócrates também recusou ter favorecido o amigo de infância Carlos Santos Silva e admitiu que realizou um telefonema para o vice-presidente da Angola "por mera simpatia, para ajudar uma empresa portuguesa", gravação que é um dos fundamentos da acusação para o indício de corrupção.

O ex-primeiro-ministro afirmou ainda que tem "bem presente a conversa" que manteve com Afonso Camões, em que o então presidente do conselho de administração da Lusa o avisou da investigação de que era alvo.

"Reagi a ela com desprezo. Falarei dela, mas no sítio certo, por violação de segredo de justiça", declarou.

José Sócrates está preso preventivamente desde 25 de novembro do ano passado, indiciado de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.

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