Professores no Porto "contrariados" por terem de realizar prova "indigna e inútil"

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Porto Canal / Agências

Porto, 19 dez (Lusa) - Os professores inscritos para realizar a Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos (PACC) na escola Carolina Michaelis, no Porto, embora "contrariados", compareceram para cumprir "uma imposição" do Ministério da Educação, que consideraram "indigna e inútil".

"Vou realizar porque fui obrigada. É uma imposição", disse à agência Lusa, uma professora de 1.º ciclo de Educação Especial, Simone Alcântara, que contou ter dado aulas em agrupamentos de Peso da Régua, Porto e Matosinhos, pelo que "sente que já deu provas da sua capacidade para lecionar".

Num concelho em que, a 22 de julho, cerca de 20 manifestantes invadiram a escola Rodrigues de Freitas para tentar impedir a PACC, só se afastando após intervenção policial, estavam mobilizados contingentes da PSP para vários estabelecimentos de ensino mas, na Carolina Michaelis, a entrada para a prova decorreu com vozes "contra" mas sem incidentes.

Manuel Barros, professor de Ciências e Físico-química, enumerou à Lusa ter um mestrado em ensino para o 3.º ciclo e Secundário, licenciatura em Engenharia Química e bacharelato em Engenharia Química e Industrial.

"Não acho [a prova] correta. Se o Ensino Superior tem autonomia suficiente para formar, não vejo porque é que o Ministério necessita desta prova para aferir se nós realmente temos capacidades ou não para dar aulas", disse o professor que conta com 1566 dias de tempo de serviço.

Em "solidariedade com os colegas" e envergando uma camisola em que se lia "cRato rua! A escola não é tua!", um dos responsáveis do Movimento Boicote&Cerco, Pedro Monteiro, adjetivou a PACC de "inútil e absolutamente indigna".

O também professor de História disse que o movimento foi constituído "espontaneamente" e que hoje o dia seria dedicado ao esclarecimento da opinião pública negando que os docentes "não queiram ser avaliados".

"Esta prova é uma manobra de diversão para desviar as atenções do que de facto está a acontecer: a destruição da escola pública. Faltam professores, faltam funcionários (...). Vimos mostrar o nosso total repúdio (...). É uma tentativa infame de eliminar professores", afirmou Pedro Monteiro.

Quase três mil professores contratados devem fazer hoje a prova de avaliação docente, um exame que motivou a convocação de concentrações de professores e de uma greve, para a qual os sindicatos esperam uma adesão "muito significativa".

A prova destina-se a professores contratados com menos de cinco anos de serviço e é condição necessária para se poderem candidatar a um lugar nas escolas.

Cerca de dez minutos antes do início da PACC, quando os portões encerraram, os funcionários da escola confirmaram aos jornalistas que, de 45 inscritos, faltavam entrar dois professores.

PYT/ACYS (IMA) // MAG

Lusa/fim

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