Ultimato a Bento sobre aumento de capital mostra desresponsabilização do BdP - Salgado
Porto Canal / Agências
Lisboa, 09 dez (Lusa) - As 48 horas dadas pelo Banco de Portugal a Vítor Bento para recapitalizar o BES foram, segundo Ricardo Salgado, um "ultimato" que nunca teria condições para ser cumprido, representando uma tentativa de desresponsabilização do supervisor pela queda do banco.
"A carta do Banco de Portugal (BdP) a dar 48 horas para a administração do banco fazer um aumento de capital é uma forma de o BdP se desresponsabilizar", acusou hoje o antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), no parlamento.
"Fazer um aumento de capital em 48 horas? Não é possível", assegurou, concluindo que "o que parece é que isto estava tudo mais ou menos orientado para o mesmo", leia-se, forçar o colapso do BES.
Esta observação, relacionada com um período já posterior ao da sua gestão, aliado à exigência da entidade liderada por Carlos Costa para a constituição "exagerada" de dois mil milhões de euros de provisões, e ao calendário apertado dado ao BES (sob a gestão de Salgado) para recapitalizar as 'holdings' não financeiras do Grupo Espírito Santo (GES), levou Salgado a fazer uma declaração forte.
"O BES não faliu. O BES foi forçado a desaparecer", atirou o antigo banqueiro.
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