Investigadores do Porto explicam imortabilidade das células tumorais
Porto Canal / Agências
Porto, 26 jul (Lusa) -- Um grupo de investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) publicou hoje, na revista Nature, um estudo que conclui que a imortalidade das células tumorais está "numa região inexplorada do genoma".
"O nosso estudo vem alertar para a possibilidade de nos estarem a escapar mutações causadoras de doença em regiões ainda inexploradas do genoma", adiantou à Lusa a líder da equipa de investigação, Paula Soares.
Há muito tempo que se procura uma explicação para a capacidade de as células tumorais se dividirem de forma ilimitada, e este estudo permite concluir que "a base genética da imortalidade" dessas células "está numa região inexplorada do genoma", acrescenta a investigadora.
Os cientistas mostraram que "uma região inexplorada do gene da Telomerase", uma "enzima chave" no processo de divisão das células tumorais, apresenta mutações que são comuns a diferentes tipos de cancro, incluindo tumores da pele, do cérebro, da bexiga e da tiróide, refere Paula Soares.
"Neste estudo, publicado hoje na prestigiada revista Nature Communications, a equipa de investigadores do Ipatimup demonstra que alterações no gene da Telomerase são frequentes e estão associadas ao aumento dos níveis desta enzima nos tumores", esclarece.
Durante o estudo, os cientistas encontraram também "um mecanismo genético que pode explicar a ativação da Telomerase em tumores", observa Paula Soares.
Esta é uma descoberta importante sobre os mecanismos que as células tumorais adquirem para não envelhecer, tornando-se imortais, nomeadamente porque os investigadores demonstraram que o processo é diferente de acordo com os tipos de cancro.
O genoma corresponde à sequência do ADN que congrega toda a informação genética de um organismo.
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