Produtores discutem quarta-feira denominação de origem do vinho Alvarinho

| Norte
Porto Canal / Agências

Porto, 04 nov (Lusa) - A questão da denominação de origem do vinho Alvarinho vai ser discutida na quarta-feira entre produtores que defendem que Monção e Melgaço devem manter o exclusivo e adeptos do seu alargamento ao resto da região dos vinhos verdes.

O encontro entre as duas partes vai realizar-se no Porto e foi marcado depois de o Ministério da Agricultura ter mandatado a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) para "apresentar uma solução de consenso" entre as duas partes, disse à agência Lusa o presidente daquele órgão, Manuel Pinheiro.

"Não há motivo para que seja possível fazer Alvarinho DOC (Denominação de Origem Controlada) em todo o país, exceto em 90 por cento da região dos vinhos verdes", argumentam produtores que defendem que tal denominação Alvarinho deve ser alargada.

Num documento a que a agência Lusa teve acesso, esses produtores contestam argumentos da outra parte e alegam, nomeadamente, que estão ser vítimas de um tratamento desigual.

"Esta discriminação retira valor aos produtores da região face aos colegas do Douro, Ribatejo, Lisboa e Alentejo, que podem usar livremente a denominação Alvarinho" nos seus vinhos, exemplificam.

Afirmam que "não está em causa o vinho Alvarinho, que já se produz e vende em toda a região, mas apenas mencionar o nome da casta no rótulo" e rejeitam ainda a tese da outra parte de que o alargamento da designação da casta ao resto da região vai levar a perdas de valor e, portanto, lesar os produtores de Monção e de Melgaço.

"Neste momento, o Alvarinho mais barato de Portugal é o que se provém de Monção e de Melgaço", referem no mesmo documento.

Diogo Teixeira, um dos produtores alinhados com o movimento que contesta o exclusivo detido por aqueles dois concelhos do Alto Minho, disse à Lusa depositar "muita esperança" na reunião desta quarta-feira e acreditar que se vai "chegar a um bom acordo" para as duas partes.

A reunião vai ser arbitrada pela própria CVRVV, contará com um observador do Ministério e a cada uma das partes estará representada por uma comissão por cinco membros.

"Sentimos que temos um Alvarinho censuradVio. Não podemos identificar os nossos vinhos como Alvarinho DOC", resumiu.

O presidente da Adega de Guimarães, Sequeira Braga, é de opinião que "este é um problema político, mais nada".

A agência Lusa tentou ouvir também o presidente da Adega de Monção, Armando Fontainhas, e o presidente da Associação de Produtores de Alvarinho, Miguel Queimado, que defendem a manutenção da denominação de origem tal como está, mas ambos recusaram prestar declarações antes da reunião.

Há pouco mais de um mês, Miguel Queimado resumiu a sua posição deste modo: "O alargamento da produção ia confundir o consumidor e destruir um valor construído por nós e que distribui riqueza na região".

Em 02 de maio, a Assembleia da República aprovou dois projetos de resolução, do PSD e do PS, que recomendam ao Governo que garanta que apenas os vinhos produzidos em Monção e Melgaço podem usar o nome Alvarinho.

O Conselho Geral da CVRVV votou em sentido oposto nos dias 25 desse mês e 07 de junho.

Com a polémica bem viva, viticultores, produtores e munícipes dos concelhos de Monção e Melgaço anunciaram no passado dia 31 o lançamento de um "abaixo-assinado" pela manutenção da exclusividade da designação vinho verde Alvarinho naquela sub-região demarcada.

AYM // JGJ

Lusa/fim

+ notícias: Norte

Atleta de 43 anos morre na maratona de Aveiro

Um atleta de 43 anos que participava este domingo na maratona de Aveiro sofreu uma paragem cardiorrespiratória no decorrer da prova, acabando por morrer, disse à Lusa fonte da Câmara de Aveiro.

Detido em Viana tinha mais de 500 doses de droga

Um homem de 21 anos foi detido no dia 25 de abril pela GNR no seguimento de uma ação de fiscalização rodoviária em Viana do Castelo. Após busca do domiciliária à residência do suspeito, foram apreendidas mais de 600 doses de estupefacientes – MDMA, haxixe e cocaína.

Jovem detido em Barcelos por tráfico de estupefacientes em discoteca

Um homem de 20 anos foi detido no dia 25 de abril pela Guarda Nacional Republicana, através do Posto Territorial de Barcelos, por tráfico de estupefacientes dentro de um estabelecimento de diversão noturna em Barcelos, anunciou este domingo a guarda.