Moody's também desacredita défice de 2,7% do Governo e prevê 3%

Moody's também desacredita défice de 2,7% do Governo e prevê 3%
| Economia
Porto Canal

A agência de notação financeira Moody's estimou hoje que o défice de Portugal, em 2015, deverá ficar-se entre 3% e 3,1%, em vez dos 2,7% previstos pelo Governo, devido a expectativas "otimistas" sobre o PIB e as receitas.

Num documento sobre o Orçamento do Estado para 2015, a Moody's reconheceu esperar que o Governo consiga reduzir o défice no próximo ano, mas realçou acreditar que "a meta do défice do Governo será difícil de alcançar, já que se baseia em suposições otimistas sobre o crescimento nominal do PIB e das receitas".

"Acreditamos ser mais provável que o défice de 2015 seja de cerca de 3% do PIB. Em larga escala, as melhorias devem-se à atual recuperação cíclica", pode ler-se no texto da agência, que alertou para a manutenção de riscos para as finanças públicas.

De acordo com a Moody's, "a recuperação económica vai sustentar a consolidação orçamental nos próximos anos, mas, dado o rácio de dívida muito elevado, medidas estruturais adicionais para além do efeito cíclico vão, provavelmente, ser precisas para garantir excedentes primários sustentados".

O rácio de dívida pública nacional deverá atingir o seu auge em 2014, abaixo de 129% do PIB, referiu a Moody's, que salientou que a "situação de financiamento é relativamente confortável".

A agência de notação financeira acrescentou que prevê que as revisões em baixa de crescimento nalguns dos principais parceiros comerciais de Portugal possam vir a ter impacto e considerou que a taxa de desemprego, em 2015, deverá ser de 13,8%, quatro décimas acima das previsões do Governo.

"Um regresso à categoria de 'rating' ao nível de investimento vai necessitar de uma maior visibilidade da política orçamental por parte do próximo governo e uma tendência descendente claramente traçada do rácio da dívida pública", sublinhou a agência de notação.

Por seu lado, Bruxelas prevê que Portugal tenha um défice de 3,3% do PIB em 2015, acima dos 2,7% inscritos pelo Governo na proposta de Orçamento, o que a concretizar-se manterá o país sujeito a um Procedimento de Défice Excessivo.

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