Passos afirma que em tempo de guerra não se limpam armas

Passos afirma que em tempo de guerra não se limpam armas
| Política
Porto Canal

O primeiro-ministro e presidente do PSD considerou, na quinta-feira à noite, sem precisar ao que se estava a referir, que haverá tempo para tirar lições "de todo este processo", mas não "quando se está em guerra".

Pedro Passos Coelho fez esta afirmação na reunião do Conselho Nacional do PSD, num hotel de Lisboa, logo depois de falar da dívida acumulada por Portugal e dos anos necessários para a equilibrar, numa intervenção em que também falou do processo de conversações em curso com o PS e o CDS-PP com vista a um acordo de médio prazo proposto pelo Presidente da República.

"Haverá uma altura própria em que tiraremos de todo este processo as devidas ilações, lições e ensinamentos. Não é ainda o momento de fazer essa avaliação. Costuma-se dizer: quando estamos no meio da batalha, quando se está em guerra, não se limpam armas. É mesmo assim", afirmou o primeiro-ministro, num discurso a que a comunicação social pôde assistir.

"A guerra forte em que estamos envolvidos não nos permite, não nos consente que nos possamos distrair com outras avaliações ou considerações", acrescentou Passos Coelho.

Imediatamente antes, o primeiro-ministro e presidente do PSD tinha considerando que nas últimas décadas Portugal não fez, "enquanto nação, o que devia ter sido feito", e que o futuro vai exigir "muito sentido de responsabilidade e perseverança para resolver problema" da dívida.

Passos Coelho assinalou que, em democracia, Portugal pediu três vezes assistência financeira externa e nunca teve excedente orçamental.

"Portanto, há muitos anos que esta situação se vinha preparando. Demora muitos anos até se chegar a este nível de irresponsabilidade, mas não podemos, uma vez aqui chegados, perder as estribeiras, perder a paciência e, num ato menos pensado, comprometer os próximos", considerou, recebendo palmas.

O chefe do executivo PSD/CDS-PP sustentou que a atuação da coligação no poder tem produzido resultados, mas acentuou a ideia de que o pós-'troika' "não deixará de ser um período também de uma grande exigência".

Em defesa da estratégia da maioria perante os credores e parceiros internacionais, afirmou: "Aqueles que acham que a situação do país se resolve com murros na mesa, com voluntarismos, com declarações de intenção, talvez percebam, com a recente incerteza que foi introduzida na vida política portuguesa, como não teríamos chegado aqui se tivéssemos feitos estes dois anos com essa propensão".

"Se tivemos a possibilidade de ir ajustando o nosso programa foi, não porque andássemos de megafone a fazer exigências e a dar murros na mesa, mas porque soubemos cumprir nossas obrigações. Isso tem gerado confiança e, gerando confiança, abre a possibilidade de ajustamentos serem realizados", alegou.

De acordo com Passos Coelho, PSD e CDS-PP têm feito esforços para manter a estabilidade. "E isso é que conta, o resto ficará para as nossas memórias. Garanto-vos, teremos sempre muito que contar", observou.

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

25 de Abril. Eanes afirma que PCP tentou estabelecer regime totalitário

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou esta sexta-feira que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.