Especialista afirma que eleitores de Marina Silva devem dividir-se na segunda volta

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Porto Canal / Agências

São Paulo, 06 out (Lusa) - Os mais de 21 milhões de votos dados à candidata Marina Silva (Partido Socialista Brasileiro), terceira colocada das eleições presidenciais brasileiras, devem dividir-se na segunda volta, refere a politóloga Maria do Socorro Souza Braga.

Em declarações à Lusa a professora da Universidade Federal de São Carlos, no interior de São Paulo, considera que "Marina Silva provavelmente não vai declarar apoio a ninguém para manter sua integridade" e equidistância.

"Caso siga essa lógica, o eleitorado, que é eclético, irá se dividir, e pode aumentar o número de abstenções", afirma

A politóloga realçou que, caso Marina Silva se decida a apoiar publicamente um dos dois candidatos que passaram ao segundo turno, a atual presidente Dilma Rousseff (Partido dos Trabalhadores) e Aécio Neves (Partido da Social Democracia Brasileira), essa decisão irá influenciar a escolha de seus eleitores.

Caso isso não ocorra, o eleitor mais ligado à história do ativismo ambiental, próximo dos valores do Partido dos Trabalhadores tenderá a votar Dilma Rousseff, que concorre à reeleição para Presidente. Nos casos daqueles que defendem uma economia mais liberal ou reclamam a saída do PT do governo deverão optar por Neves.

Marina Silva tornou-se candidata à Presidência em agosto deste ano, após a morte do então cabeça-de-lista pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro), Eduardo Campos. Desde então, Aécio Neves, que era o segundo colocado nas pesquisas, passou a terceiro, com uma distância percentual que chegou a ser de 20 pontos em relação à ambientalista.

Ao longo da campanha, entretanto, Marina Silva perdeu apoios.

Para Maria do Socorro Braga, uma das explicações para a derrota da ambientalista é a saída do voto anti PT para Aécio Neves.

"Quando as sondagens mostravam que Marina tinha mais chances de vencer Rousseff na segunda volta, o voto anti PT, antes vinculado a Aécio Neves, migrou para ela. Mas, quando o candidato se fortaleceu, esse voto voltou para ele", afirmou.

Segundo a politóloga, Silva também não conseguiu se consolidar como uma terceira opção para os descontentes com os dois maiores partidos do Brasil, por se aproximar das ideias do PSDB, de Aécio Neves, na área económica, mas, ao mesmo tempo, não aceitou apoiar publicamente candidatos social-democratas a governos estaduais.

"O eleitor que queria uma terceira via distribuiu-se entre Marina, Eduardo Jorge [Partido Verde], Luciana Genro [Partido Socialismo e Liberdade] e o grande número de abstenções", afirmou a politóloga.

Com 99,5% dos votos apurados, a abstenção somou 19,39% dos possíveis eleitores, ou 27,5 milhões de pessoas, e os brancos e nulos ultrapassaram os 11 milhões, ou 9% dos votos.

De acordo com a politóloga, Marina Silva também perdeu apoio por demonstrar insegurança ao eleitorado. Exemplo disso é o facto de ter mudado o seu programa de governo depois de lançado.

FYB // PJA

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