Autarca de Gaia garante desconhecer relatório das investigações aos mandatos de Menezes

Autarca de Gaia garante desconhecer relatório das investigações aos mandatos de Menezes
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Porto Canal

O presidente da câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, afirmou esta noite que quando tomou posse se deparou com a presença do Tribunal de Contas (TdC) na autarquia, mas vincou desconhecer o conteúdo do relatório da investigação.

O presidente falava no período antes da ordem do dia de uma Assembleia Municipal (AM), em resposta à intervenção de um munícipe que aludiu ao caso que envolve investigações da Polícia Judiciária (PJ) aos mandatos de Luís Filipe Menezes, nomeadamente questionado o executivo socialista sobre contratos celebrados com a empresa SUMA.

Vítor Rodrigues, socialista que tomou posse em outubro de 2013, reiterou o que já havia sido tornado público - que a inspeção teve início em abril do ano passado - aproveitando para sublinhar que não o podem acusar de "ter retirado esqueletos do armário".

"A inspeção terminou em março [deste ano]. Até ao momento não recebemos relatório", acrescentou Vítor Rodrigues, mantendo a postura adotada até à data de não tecer grandes considerações sobre as investigações "por imposição de segredo de justiça".

"A mim compete-me salvaguardar o bom nome das pessoas, a câmara tem de fornecer os documentos que as instituições [TdC e PJ] solicitam e o silêncio. O silêncio do presidente é de ouro", referiu na AM Vítor Rodrigues, garantindo que não usará de "oportunismos".

Na quinta-feira da passada semana o Correio da Manhã noticiou que a PJ está a investigar Luís Filipe Menezes. No mesmo dia fonte oficial da Procuradoria-Geral da República confirmou, à Lusa, estar a investigar casos relacionados com o ex-autarca do PSD.

"Quando tomei posse deparei-me com a investigação. A câmara não pode eticamente, nem institucionalmente, fazer uma auditoria quando está cá o TdC. Isso seria humilhante para o TdC", disse esta noite Vítor Rodrigues.

Sem citar nomes ou partidos, o atual presidente falava a pretexto de responder "a quem sempre exigiu" que a autarquia "avançasse para uma auditoria".

O PCP de Gaia criticou na segunda-feira o PS e o atual presidente por inviabilizarem uma proposta de auditoria às contas do município, alertando que ela se justifica face à investigação ao anterior presidente.

Ainda em resposta à intervenção feita no período destinado ao público, o presidente socialista falou de "contratos" que votou quando, antes de vencer as autárquicas de setembro, era vereador da oposição em Gaia.

"Às vezes um contrato está impecável do ponto de vista jurídico. Os vereadores votam aquilo que lhes apresentam e não votam bastidores", disse Vítor Rodrigues sem especificar, no entanto, a que contratos se referia.

Na última sexta-feira, em comunicado remetido à Lusa, Luís Filipe Menezes rejeitou a realização de um negócio alegadamente fraudulento com a empresa SUMA, afirmando que a prorrogação da concessão de recolha de resíduos teve "resposta positiva" do TdC e anuência do atual autarca de Gaia, ou seja de Vítor Rodrigues.

Esse comunicado do ex-autarca de Gaia surgiu no dia em que jornais diários noticiaram que a PJ está a investigar negócios realizados por Menezes quando era presidente da autarquia, designadamente a prorrogação do contrato de concessão da SUMA que, de acordo com o Público, vão "obrigar a câmara de Gaia a pagar 150 milhões de euros".

Também na quinta-feira a SUMA disse à Lusa desconhecer, "em absoluto, a existência de qualquer investigação abrangendo a sua relação contratual com a câmara de Gaia", nunca tendo sido "chamada a colaborar, o que fará, certamente, se instada para o efeito".

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