O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, disse hoje que Paulo Bento lhe transmitiu que já não tinha condições ideais para continuar como selecionador, razão pela qual se procedeu à sua substituição por Fernando Santos.

"Eu e toda a minha equipa diretiva entendemos que este era um momento de mudança. (...) Quando um selecionador nos transmite que já não tem as condições ideais, é altura de repensar", afirmou Fernando Gomes, durante a apresentação de Fernando Santos como selecionador.

Em entrevista à RTP após a sua saída, Paulo Bento afirmou que, na sequência da derrota com a Albânia (1-0) no arranque da qualificação para o Euro2016, manifestou a Fernando Gomes que não estavam reunidas as melhores condições para continuar, mas disse estar convencido de que, se a decisão fosse exclusivamente do presidente da FPF, ainda seria selecionador.

"O cargo de selecionador nacional implica um compromisso permanente com o acreditar nas nossas capacidades para triunfar e conseguir objetivos. Esse pilar tinha deixado de existir. Soube-o pela voz do antigo selecionador", sublinhou Fernando Gomes.

O líder federativo agradeceu o trabalho desenvolvido por Paulo Bento e pela sua equipa desde de 2010 e anunciou que Fernando Santos será o coordenador do gabinete coordenador técnico nacional, sucedendo também ao ex-selecionador nesse cargo.

Fernando Gomes rejeitou ainda a ideia de que a anterior equipa médica tivesse sido responsabilizada pelo fracasso do Mundial2014: "Nunca disse que os médicos foram incompetentes. Todos nós não fomos suficientemente competentes no Brasil", reforçou.

Sobre o facto de o novo selecionador estar suspenso por oito jogos pela FIFA, o que o impede de se sentar no banco até ao Euro2016, Fernando Gomes disse que a FPF vai continuar a defender Fernando Santos no processo, algo que vem fazendo desde julho, e desvalorizou os efeitos do castigo.

"Ilídio Vale na equipa técnica permitirá ultrapassar a ausência de Fernando Santos do banco", afirmou.

Fernando Santos, que cumpre 60 anos em outubro, assume o cargo de selecionador de Portugal, depois de ter orientado a Grécia nos últimos quatro anos, contando ainda passagens por clubes como Estoril-Praia, Estrela da Amadora, FC Porto, Sporting e Benfica, em Portugal, e AEK Atenas, Panathinaikos e PAOK Salónica, na Grécia.