Banco BIC lança linha de 1,5 mil ME para financiar empresas

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 15 set (Lusa) - O Banco BIC Português vai lançar uma linha de crédito de 1,5 mil milhões de euros destinada ao financiamento de empresas portuguesas, independentemente da sua dimensão e setor de atividade, revelou à agência Lusa o presidente, Mira Amaral.

"Os números são expressivos. Chegámos à conclusão de que conseguimos ter facilmente 1,5 mil milhões de euros disponíveis para as empresas", avançou em entrevista o gestor.

"As contas são fáceis de fazer: temos um crédito a clientes de 3,5 mil milhões de euros e temos depósitos na ordem dos 4,5 mil milhões de euros. Logo aí, há mil milhões de euros disponíveis. Depois, tenho ainda um papel comercial que tinha sido emitido pelo BPN [Banco Português de Negócios] e subscrito pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) que são 400 milhões de euros. Portanto, se eu quiser tomar esse papel comercial fico com mil milhões mais 400 milhões de euros", explicou.

"Tenho ainda a possibilidade, como os outros bancos portugueses têm, de recorrer às linhas de crédito do Banco Central Europeu (BCE). Neste contexto, temos uma 'pool' [leque] de ativos que pode ser mobilizável na ordem dos 800 milhões de euros e o BCE anunciou uma nova medida destinada ao financiamento das pequenas e médias empresas (PME) que, pelas nossas contas, nos permite ir buscar mais 150 milhões de euros", acrescentou Mira Amaral.

E realçou: "Quando eu digo que tenho 1,5 mil milhões de euros disponíveis, até podia ter mais. Mas isto tenho facilmente".

Segundo o presidente do Banco BIC, isto demonstra que "não existe um problema de liquidez, mas sim um problema de qualidade de risco de crédito".

Ou seja, na sua opinião, atualmente, "existem dificuldades em encontrar empresas nas quais seja aplicada a liquidez existente".

"Queremos dizer a todas as empresas que aquelas que tenham qualidade e risco para serem financiadas pelo Banco BIC, nós podemos ter mobilizados 1,5 mil milhões de euros para financiar empresas portuguesas", salientou.

Isto, independentemente da dimensão ou setor de atividade das empresas: "Não discriminamos nem as PME, nem as grandes empresas", afiançou.

Dentro deste quadro, ficam de fora as empresas que estão apenas dependentes do mercado doméstico, que se contraiu muito nos últimos anos, e que se encontram "altamente endividadas", sublinhou, acrescentando que as empresas que "não têm mercado e estão altamente endividadas não podem esperar que seja um banco comercial, como o Banco BIC, a financiá-las".

O gestor frisou que, se as empresas estão demasiadamente endividadas e sem mercado, não é através do recurso ao crédito bancário que vão resolver os seus problemas.

"É como um tipo que está a digerir uma bebedeira. Não se vai tratar com mais bebida em cima", ilustrou.

Mira Amaral defendeu que a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), popularmente designada por banco de fomento, que o Governo vai lançar, poderá ter um papel-chave na recapitalização dessas empresas em apuros, fornecendo-lhes capital próprio.

DN // CSJ

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