Um curto “sprint” na corrida ao apuramento para o Euro2016 de futebol, que acabou com um trambolhão histórico frente à Albânia no primeiro jogo, indicou hoje o caminho da porta de saída ao selecionador de Portugal, Paulo Bento.

Após um Mundial2014 em que Portugal ficou pela primeira fase, com um trajeto que começou com uma goleada sofrida diante da Alemanha, por 0-4, que viria a sagrar-se campeã, Paulo Bento continuou a ser aposta da Federação Portuguesa de Futebol para a campanha de apuramento ao Euro2016.

Numa fase de apuramento teoricamente mais acessível (passam automaticamente os dois primeiros de cada grupo mais o melhor terceiro classificado), Portugal começou da pior forma o Grupo I, com uma derrota em Aveiro com a Albânia, por 1-0.

Uma caminhada que muitos antecipavam de tranquila, mesmo com seleções como a Sérvia e Dinamarca, próxima adversária de Portugal (14 de outubro), começou com um desaire inesperado frente a uma seleção que em toda a sua história só tinha quatro triunfos fora de casa em jogos oficiais.

Antes de Portugal, os albaneses tinham ganho fora de casa à Moldávia, Cazaquistão, Luxemburgo e Noruega.

O primeiro desafio de Paulo Bento como treinador chegou em 2004/2005, na equipa de juniores do Sporting, que levou ao título, conduzindo jogadores como João Moutinho, Nani ou Miguel Veloso, todos convocados para o jogo que assinalou o arranque da campanha de apuramento para o Euro2016.

O desafio nos juniores ditou o final da sua carreira futebolística, anunciado numa conferência de imprensa em que Paulo Bento não conseguiu esconder a sua emoção quando arrumou as chuteiras.

No “momento mais difícil da carreira”, como afirmou a 09 de julho de 2004, Paulo Bento recordou o seu percurso, com passagens por Palmense, Futebol Benfica, Estrela da Amadora, Vitória de Guimarães, Benfica, Oviedo e Sporting.

O médio defensivo vestiu a camisola da seleção principal em 35 ocasiões, tendo participado no Euro2000, quando Portugal superou um “grupo da morte”, formado por Alemanha, Inglaterra e Roménia, semelhante ao de 2012, com Dinamarca, Holanda e Alemanha.

Já depois de ter conquistado o título nacional de juniores, seguiu-se a promoção ao comando técnico da equipa sénior dos “leões”, a 20 de outubro de 2005, quando substitui José Peseiro, ficando para a história como o segundo treinador que mais tempo dirigiu o clube de Alvalade, atrás do húngaro Joseph Szabo, que orientou a equipa entre 1938/39 e 1942/43.

Desde que chegou ao banco dos "leões", Paulo Bento conquistou duas Taças de Portugal e duas Supertaças, mas nunca conseguiu o título de campeão nacional, com o Sporting a ser o “eterno segundo” nas primeiras quatro épocas, sempre atrás do FC Porto.

A 06 de novembro de 2009 deixou o comando técnico do Sporting. Um empate 1-1 com os letões do Ventspils, na Liga Europa, foi a “gota de água” que levou ao “divórcio”, numa altura em que o Sporting já estava a 12 pontos da liderança, com apenas nove jornadas disputadas, e depois de ter falhado o acesso à Liga dos Campeões.