Ucrânia: Guarda da fronteira iniciou inspecção da coluna humanitária russa
Porto Canal / Agências
Kiev, 21 ago (Lusa) -- A guarda de fronteira da Ucrânia começou hoje a inspecionar os primeiros camiões da coluna humanitária russa bloqueada do lado russo da fronteira há uma semana, informou um porta-voz.
"A inspeção da ajuda humanitária russa começou", disse o porta-voz da guarda de fronteira, Serguei Astakhov, à agência France Presse.
O procedimento deverá permitir que os cerca de 300 camiões russos, carregados com 1.800 toneladas de ajuda humanitária para as populações afetadas pelo conflito no leste da Ucrânia, atravessem a fronteira e sigam para o bastião separatista de Lugansk, onde a ajuda deverá ser distribuída pela Cruz Vermelha.
A inspeção está a ser feita do lado russo da fronteira, no ponto de passagem de Donetsk (homónimo da cidade que é o principal bastião separatista no leste), porque o lado ucraniano da fronteira está sob controlo das forças pró-russas.
As autoridades ucranianas, que manifestaram o receio de que a coluna humanitária seja alvo de uma "provocação" dos separatistas que poderia favorecer uma intervenção russa, advertiram que o encaminhamento da ajuda por território controlado pelos rebeldes só pode ser feito mediante garantias de segurança dos veículos.
Em Genebra, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou por seu lado que está preparado para acompanhar a entrega da ajuda, desde que "as partes em conflito respeitem as garantias de um trânsito seguro".
O governo ucraniano reconheceu este fim de semana o carácter humanitário da coluna russa, o que deixou a segurança como única questão pendente.
Posteriormente, o CICV recebeu essas garantias, incluindo das milícias pró-russas que controlam parte da região, e enviou na quarta-feira uma equipa avançada para inspecionar a situação no terreno e avaliar o estado da estrada.
Essa equipa, segundo o CICV, já esteve em Lugansk, onde confirmou que não há fornecimento de água e de eletricidade e que a população se mantém dentro de casa.
"Em Lugansk e outras áreas afetadas há necessidade urgente de fornecimentos básicos, como alimentos e material médico, assim como do restabelecimento da comunicação entre famílias separadas", afirmou o chefe de operações da Cruz Vermelha para a Europa e Ásia Central, Laurent Corbaz, citado pela agência EFE.
MDR // JMR
Lusa/Fim