“Como se desmoronou o mundo de António Costa”. Primeiro-ministro português é capa do ‘Politico’

“Como se desmoronou o mundo de António Costa”. Primeiro-ministro português é capa do ‘Politico’
| Política
Porto Canal

A poucos dias das eleições legislativas que fecham o ciclo de oito anos de António Costa à frente do governo, o socialista é a capa da versão europeia do jornal ‘Politico’. Num longo artigo, assinado pelo correspondente em Lisboa do conceituado semanário, o socialista é descrito como um “solucionador de problemas” que enfrenta o maior desafio de sempre: “limpar o seu nome a tempo de se tornar presidente do Conselho Europeu”.

Aitor Hernández-Morales descreve a interrupção abrupta, numa ensolarada manhã de novembro, daquela que era uma “espetacular carreira política”, após uma rusga “dramática” das autoridades ao Palácio de São Bento, edifícios dos ministérios, casas privadas de vários funcionários e a própria sede do partido socialista português.

O jornalista narra um dia que começou com a prisão do chefe de gabinete e do conselheiro pessoal de Costa, seguida da constituição como arguido do ministro das infraestruturas e do presidente da agência de ambiente do país, por suspeitas de atos de corrupção, peculato e tráfico de influência. Apesar das dúvidas iniciais sobre o envolvimento do primeiro-ministro, uma “declaração explosiva” do Ministério Público “virou o mundo do líder socialista de cabeça para baixo”, e à hora de almoço daquele dia já “Costa estava fora”, escreve o ‘Politico’.

A notícia de um escândalo a envolver um homem “muito querido” por líderes da União Europeia como Macron ou Orbán “caiu que nem uma bomba não só em Lisboa mas em capitais de toda a Europa”, refere o jornal, colocando em causa aquele que muitos viam como o administrador competente e negociador hábil que era o sucessor ideal de Charles Michel, Presidente do Conselho Europeu cujo mandato termina no outono de 2024.

O ‘Politico’ fala da queda de um primeiro-ministro com falhas que tinham há muito deixado de ser um segredo em Lisboa, um homem com um estilo de governação que lhe permitiu reivindicar grandes vitórias, apesar de “alcançadas com táticas que acabaram por minar o seu próprio governo”, fissuras visíveis para quem quer que fosse capaz de olhar para além dos “deslumbrantes azulejos portugueses”.

Não tendo sido formalmente acusado de qualquer crime, muitos dos seus pares mantêm a esperança que o socialista seja totalmente inocentado a tempo de “trazer os seus inegáveis talentos para o escritório no topo do edifício Europa”, escreve o semanário.

Apesar do futuro de António Costa parecer hoje mais risonho, o ‘Politico’ dá como incerta a concretização das ambições europeias do governante, sendo cada vez maior a dúvida sobre a capacidade do homem famoso pelos acordos que fechou em Lisboa se manter como o mais adequado para “fazer novos acordos em Bruxelas”.

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