TAP. “É uma boa companhia” mas precisa de ter uma boa gestão

TAP. “É uma boa companhia” mas precisa de ter uma boa gestão
| Economia
Porto Canal/Agências

O ex-acionista da TAP Humberto Pedrosa disse esta terça-feira que a empresa “é uma boa companhia” aérea, mas precisa de uma boa gestão, apontando que, antes da pandemia, foi avaliada em até 1.000 milhões de euros.

“Acredito na TAP, é uma boa companhia, uma grande marca, […] precisa é de ter uma boa gestão”, afirmou Humberto Pedrosa, na comissão parlamentar de inquérito à TAP, onde se congratulou por ter contribuído para a recuperação de uma companhia aérea que encontrou “sem saldo de caixa e pagamentos em atraso, em risco de não poder pagar salários”.

Humberto Pedrosa disse que, em 2019, antes da pandemia que afetou severamente o setor da aviação, a TAP foi avaliada entre 800 milhões de euros e 1.000 milhões.

“O grupo Barraqueiro não apenas utilizou fundos próprios para pagamento do preço e cumprimento da parte que lhe competia, […] como facilitou uma linha de crédito com garantia pessoal minha e cedeu à TAP a linha de crédito aberta pela banca para o grupo Barraqueiro”, adiantou o empresário.

Questionado pelo deputado Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal, sobre o negócio com a Airbus, que permitiu 226 milhões de euros usados para capitalizar a TAP, Pedrosa disse que as negociações foram feitas por David Neeleman, antes de se tornarem parceiros no consórcio Atlantic Gateway, que acabou por ficar com 45% de participação acionista no grupo aéreo.

“Eu quando entrei para o consórcio já a negociação estava feita, mas não me parece que tenha havido alguma irregularidade. Foram feitas algumas análises sobre o negócio em si e reconheço que estaria tudo normal”, afirmou.

Humberto Pedrosa chegou mesmo a dizer que, na altura do referido negócio, “nem sabia quanto valia um avião”, mas realçou que a operação foi validada por três entidades diferentes e reconhecidas e validada por parecer da sociedade de advogados Vieira de Almeida.

“Se na realidade os aviões estivessem acima do valor do mercado, seguramente que os ‘lessors’ não fariam o financiamento, ou não ficavam com os aviões”, acrescentou, partilhando da opinião transmitida pelo antigo presidente do Conselho de Administração Miguel Frasquilho, na semana passada, também na comissão de inquérito.

Humberto Pedrosa sublinhou que os 226 milhões de euros ficaram na TAP e não têm nada a ver com a saída de David Neeleman da companhia aérea portuguesa. “Ninguém tirou o dinheiro”, afirmou.

Dono do grupo Barraqueiro, o empresário português de 75 anos tornou-se sócio no consórcio Atlantic Gateway com o brasileiro David Neeleman, em 2015.

O consórcio adquiriu uma participação de 61% na companhia aérea, numa privatização concretizada na reta final do Governo de PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho.

Mas a mudança de Governo, que passou a ser liderado pelo socialista António Costa, com o apoio do PCP e BE, levou o empresário novamente à mesa das negociações, reduzindo a participação do consórcio para 45% e reforçando a do Estado, de 39% para 50%. Os restantes 5% do capital ficaram nas mãos dos trabalhadores.

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