O número de creches em Portugal, entre 2020 e 2021, desceu ligeiramente, mas segundo noticia o jornal ‘Público’ a taxa de cobertura das creches e amas cresceu para 52,9% no mesmo período. A resposta a esta contradição está na Carta Social 2021. De acordo com estes dados o aumento da taxa de cobertura explica-se “em grande medida, pela diminuição da população no escalão etário dos 0 aos 3 anos”.

Tendo em conta os dados do Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração (Planapp), para que a gratuitidade das creches chegasse a todas as crianças até aos 3 anos “seria necessário duplicar a atual capacidade instalada”. No ano de 2021, segundo a Carta Social, manteve-se “a tendência de ligeira redução no número de respostas” nas creches, o que se refletiu ao nível do número de equipamentos e de lugares disponíveis.

Fazendo contas, em 2021 existiam no continente 2549 creches (menos 12 que no ano anterior), com 118.260 lugares (menos 20 que em 2020).

Dessa forma, a taxa de cobertura média no continente situa-se nos 52,9% e tal como refere o jornal ‘Público’ há distritos em que os valores ficam ainda muito abaixo. A cidade do Porto surge no topo da lista, com uma taxa de cobertura de 37,1%. De seguida Setúbal com 48,2% e Lisboa com 50,7%. Estes números fazem com que estes distritos apresentem “menos cobertura face à população residente”.

Pelo contrário, é nos distritos da Guarda, Portalegre e Castelo Branco que se regista uma taxa de cobertura elevada, visto que o peso da população até aos três anos é bastante inferior aos distritos do Porto, Lisboa e Setúbal.