TAP com lucros? Oposição e sindicatos dizem que se acontecer “é à custa dos trabalhadores”

TAP com lucros? Oposição e sindicatos dizem que se acontecer “é à custa dos trabalhadores”
| País
Henrique Ferreira

Depois de dois anos em que as contas da TAP apresentaram prejuízos recordes, em 2022 a companhia aérea deverá conseguir ter lucros. O cenário é avançado pela imprensa económica, mas ainda sem confirmação oficial da empresa. Mas que fatores permitiram os resultados positivos? E o que esperam os sindicatos e os partidos políticos perante esta realidade?

“O lucro é sempre saudável, mas não quer dizer que os problemas estejam todos resolvidos”, começa por explicar ao Porto Canal Filipe Grilo. Para o economista, “a massa salarial terá sido a variável mais importante para contribuir para a redução dos prejuízos”, ou seja, “a primeira coisa que os trabalhadores vão exigir é voltar a receber os seus salários”, o que poderá voltar a pressionar a capacidade financeira da TAP, em 2023.

Um cenário confirmado pelos sindicatos que asseguram que a existência de lucros se deve unicamente aos trabalhadores. Para Ricardo Penarroias, presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, “os lucros da empresa devem-se aos cortes salariais e ao congelamento de carreiras”. Opinião partilhada pelo Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil, que reforça que perante “erros de gestão gravíssimos, se existem lucros é à conta do esforço dos trabalhadores”.

“Quem me dera dizer que os lucros se devem a uma excelente gestão”

As críticas à gestão da TAP continuam a ouvir-se também nos corredores da Assembleia da República. Ao Porto Canal, o deputado Paulo Rios afirma que “se os resultados forem de facto positivos é garantidamente à custa de fatores extraordinários”. Para o social-democrata, “não é possível considerar um ano positivo quando há cortes entre 25% e 50% dos salários”. Em jeito de provocação, o parlamentar questiona ainda se nas contas de 2022 “foram considerados os 500 mil euros pagos a Alexandra Reis”, ex-secretária de Estado do Tesouro. “Quem me dera a mim dizer que os lucros se deviam a uma excelente gestão da empresa”, remata Paulo Rios.

Também em reação à notícia da possibilidade de a TAP vir a ter resultados positivos em 2022, a Iniciativa Liberal afirma que “é sempre melhor haver lucros do que prejuízos”. Apesar disso, Carlos Guimarães Pinto, deputado do partido, garante que “se esta última tranche de ajuda do Estado foi planeada tendo em conta determinados resultados, os contribuintes deviam ter sentido isso no bolso, o que acabou por não acontecer”.

“Não podemos estar satisfeitos com a estratégia da TAP no Aeroporto do Porto”

Do lado da governação, no Partido Socialista, acredita-se que “os resultados que previsivelmente a TAP irá ter em 2022 demostram que as opções tomadas foram as corretas”.

Em declarações ao Porto Canal, o deputado Hugo Carvalho explica ainda que “a ideia de que, porque a TAP está a dar lucro, deveria ter-se onerado os portugueses nessa tomada de posição, não é correta”.

Apesar disso, o deputado socialista afirma que “não vale a pena tentar tapar o sol com a peneira”. Hugo Carvalho, eleito pelo círculo do Porto, critica a atuação da TAP na região Norte, que “não tem correspondido às expectativas da população”.

“A verdade é que nós não podemos estar totalmente satisfeitos com a estratégia que a TAP está a ter no Aeroporto Francisco Sá Carneiro”, remata o socialista.

+ notícias: País

Quatro em cada cinco encarregados de educação insatisfeitos com manuais digitais

Mais de quatro em cada cinco encarregados de educação que responderam a um inquérito sobre o projeto-piloto do Ministério da Educação para introduzir manuais digitais nas escolas estão insatisfeitos e defendem o fim do programa.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.