Sindicato da Construção acusa Governo de nada fazer para travar desemprego no sector

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Porto Canal / Agências

Porto, 02 jul (Lusa) -- O Sindicato da Construção de Portugal acusa o Governo de nada fazer para combater o desemprego no setor alertando que, continuando sem avançar as obras do túnel do Marão, Parque Escolar, barragens e reabilitação urbana, este irá ainda intensificar-se.

"Quem está a contribuir para a diminuição do desemprego que o Governo atribui à criação de postos de trabalho são os trabalhadores da construção que, infelizmente, têm que deixar as suas famílias e ir para fora do país", afirmou o presidente do sindicato, Albano Ribeiro, em conferência de imprensa no Porto.

O dirigente sindical assegura que a emigração no setor não só não tem abrandado nos últimos tempos, como é previsível que venha a aumentar na sequência da subida do desemprego: "Há empresas que aguentaram trabalhadores em casa a receber salário durante mais de um ano, mas, neste momento, estão a ter que recorrer a despedimento coletivo", salientou.

Para o sindicalista, os números do desemprego em Portugal só estão a diminuir "porque os trabalhadores da construção abandonam o país", incapazes de sobreviver "com 400 euros por mês de fundo de desemprego".

Salientando que o setor "está a perder 35 mil postos de trabalho todos os anos", tendo perdido um total de "250 mil nos últimos sete anos", Albano Ribeiro garante que, atualmente, "todos os dias 370 trabalhadores perdem o emprego e 90% desses emigram".

Para o sindicato, só a retoma das obras do Autoestrada do Marão, da Parque Escolar, do plano de barragens e da "prometida" reabilitação urbana permitirão a retoma do setor da construção, criando milhares de postos de trabalho.

Contudo, lamentou Albano Ribeiro, "em relação à reabilitação urbana nada está a avançar, quando aqui se podiam criar 80 mil postos de trabalho a nível nacional", e "toda a propaganda de que os túneis do Marão vão recomeçar é pura mentira do secretário de Estado das Infraestruturas [Sérgio Monteiro]".

"Já houve concurso para os acessos aos túneis e foi dito que, em julho, as obras iam avançar, mas nem sequer recomeçaram as obras de montagem de uma estrutura [imprescindível para o arranque da obra] - a viga de lançamento -- que demoram um mês e meio.", avançou.

Já relativamente ao Túnel do Marão propriamente dito, o sindicalista diz que "ainda não se sabe quem ganhou o concurso" e alerta que a obra "não tem quaisquer condições de segurança para avançar".

É que, explicou, "a pregagem feita nos túneis, para sustentar as pedras, foi preparada para meses, não para anos", pelo que, estando a obra parada desde junho de 2011, "não se pode ir trabalhar sem que se consolide a entrada".

"Os túneis não podem começar sem que se tomem medidas para que não haja deslocação de terras e pedras de grande dimensão que possam provocar acidentes mortais", alerta, considerando que "as obras não devem avançar sem o sindicato ser convidado para discutir com o Governo esta questão da segurança".

Quanto a uma das empresas que diz ter ganhado o concurso para construção dos acessos ao túnel -- a Opway -- Albano Ribeiro assegura que "não dá garantias nenhumas".

"Se essa empresa ganhou, como há quem diga, o concurso com um preço 30% abaixo da base de licitação o trabalho precário vem parar ali, vão recrutar trabalhadores sem direitos e sem o cumprimento das regras de segurança", antecipou, afirmando que a Opway "não tem nem trabalhadores nem andaimes", pelo que "não tem estrutura nem capacidade" para a realização da obra.

"É uma empresa ligada ao BES que ganhou milhões sem qualquer responsabilidade social para com os trabalhadores, porque não os tem. Tem um alvará e pode concorrer [às obras], mas depois subcontrata", sustenta.

PD // MSF

Lusa/fim

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