Férias: Restauração em Espinho reflete a crise do Turismo local

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Porto Canal / Agências

Espinho, 30 jun (Lusa) -- O turismo em Espinho, uma das antigas e populares estâncias turísticas do norte do país, vive hoje tempos de crise, com a restauração a sofrer quebras entre os 30 e os 60%, reconheceram à Lusa empresários daquela cidade.

Nos idos anos 60, 70 e 80 do século passado, a fartura de peixe na zona costeira e as casas típicas dos banhos de verão de fachadas coloridas eram um chamariz para os banhistas em Espinho.

Hoje registam-se quebras no turismo entre os 30 a 60% nos estabelecimentos comerciais junto ao areal, admitiram os empresários João Sá, filho do sócio gerente do Esquimó, e António Brandão, proprietário do restaurante Aquário.

A Lusa pediu uma radiografia sobre a cidade balnear em tempos de crise e de 'troika' a João Sá e a resposta que se seguiu foi que se tinham feito "coisas bárbaras a nível do ordenamento do território".

O empresário referiu-se especificamente às desvantagens do afundamento da linha férrea, à falta de requalificação da parte superior do espaço da linha férrea, à morosidade das obras e à falta de infraestruturas para os veraneantes.

Os dois empresários locais, João Sá e António Brandão, consideraram que a cidade tem pouco estacionamento e o que existe é caro.

O parque imobiliário está envelhecido e as casas estão degradadas", acusou João Sá, admitindo que a crise económica e o aumento do IVA para 23% são a "cereja no topo do bolo" para a diminuição de turistas.

"Espinho parece o camarim de uma atriz em decadência", desabafou o filho do sócio gerente do Esquimó, um dos mais antigos cafés da cidade, situado junto à praia, e consagrado pelos gelados artesanais e 'gauffres' quentinhos com chantilly.

António Brandão, proprietário do restaurante Aquário, junto à praia, corroborou com o desabafo do colega da restauração sobre Espinho parecer o camarim de uma atriz em decadência.

"De certo modo concordo, porque teríamos de pensar em fazer alguma coisa diferente para atrair pessoas. Tudo aquilo que existiu nos anos 60, nomeadamente os equipamentos, ficou caduco", e as "infraestruturas estão decrépitas" e "não apareceu nada de novo", considerou António Brandão, a comandar o restaurante Aquário, de peixe e marisco, há cerca de quatro décadas.

"A única coisa que melhorou nos últimos anos em Espinho foram os acessos, mas pouco mais", disse António Brandão, acrescentando que até o Casino, um símbolo da cidade, também entrou numa fase de decadência. A agência Lusa tentou obter uma reação desta entidade, sem sucesso.

Se os comerciantes locais culpam a crise, a 'troika', a subida do IVA, o envelhecimento do parque imobiliário, a falta de alojamento e o afundamento da linha férrea como desvantagens para o turismo em Espinho, o presidente daquela Câmara não concorda com a "visão pessimista" dos comerciantes locais, embora admita que algumas críticas são "pertinentes".

"Espinho está a viver exatamente a mesma situação que se vive um pouco por todo o país. Hoje as pessoas não têm 'pocket money' [dinheiro disponível] para despender em algo que não é tão necessário à sua vida", considerou o autarca social-democrata Pinto Moreira, relacionando a conjuntura atual para justificar as quebras no turismo local.

Segundo presidente da Câmara, Espinho tem "vindo a crescer ano após ano" do ponto de vista turístico e dos seus visitantes à cidade.

O autarca defendeu que Espinho tem diversificado a oferta turística e lembrou que a cidade tem apostado no "turismo de desporto, de negócios e no cultural".

Às críticas feitas sobre as poucas vantagens trazidas pelo afundamento da linha férrea e a falta de requalificação da superfície do espaço junto à praia, o autarca responde que foi gasto "meio milhão de euros para limpar o local e que está "na calha uma requalificação exterior de todo o espaço que foi libertado com o enterramento da linha férrea", que tem projetos de reabilitação.

Pinto Moreira assegurou que quer avançar para a requalificação daquele espaço e adiantou que a estimativa orçamental anda na casa dos "25 a 30 milhões de euros", mas como é um "investimento avultadíssimo", a Câmara necessita de recorrer ao próximo Quadro Comunitário de Apoio.

CCM/AZYC // JLG

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