Professor acusado de transfobia. Universidade do Porto não avança com processo disciplinar
Porto Canal
A Universidade do Porto não vai avançar com nenhum tipo de inquérito ou processo contra o professor acusado de transfobia nas redes sociais.
Em comunicado, a instituição considera que não existem bases “para iniciar procedimento disciplinar no âmbito da legislação laboral aplicável”. Apesar disso, fonte da reitoria garante que tal “não significa que a decisão não possa ser alterada na eventualidade de surgirem novos factos”.
Em causa está um comentário feito por um professor da Faculdade de Ciências no Twitter, tal como avançou o Porto Canal na semana passada. Manuel Eduardo Correia, que já foi também pró-reitor da Universidade do Porto, referiu-se a pessoas transexuais como “doentes mentais com prognóstico muito reservado”.
De que é que estavam à espera. No fundo estás a lidar com doentes mentais, com prognóstico muito reservado.
— Manuel Eduardo Correia (@ecorreia) June 10, 2022
Perante as acusações, o Porto Canal contactou Manuel Eduardo Correia, que numa mensagem enviada por email pediu que “não se enveredasse pelo histerismo das políticas woke de cancelamento” do Twitter.
O comentário, que surgiu na sequência de uma discussão sobre o recuo no processo de mudança de género, também conhecido como “detransitioning”, foi escrito em resposta a uma publicação de Catarina Maia, professora convidada da Faculdade de Ciências e dirigente da Iniciativa Liberal.
Numa série de vários tweets, Catarina Maia teceu ainda várias críticas ao Plano de Igualdade de Género da Universidade do Porto. A professora diz que o documento “baseia-se em pseudociência e não respeita as regras gramaticais do português, em que o género inclusivo é o masculino”.
Perante as críticas da docente ao documento, o Porto Canal pediu também uma reação à Universidade do Porto. No mesmo comunicado, a instituição ressalva que “o documento segue as orientações da União Europeia para a promoção da igualdade de género na ciência e que resulta de um trabalho colaborativo com toda a comunidade académica, incluindo uma consulta prévia a dezenas de representantes das faculdades, serviços e outras entidades da U.Porto, que identificaram as áreas da atuação e as medidas a constar do plano.”
Reveja a reportagem do Porto Canal no vídeo acima.