Professor da Universidade do Porto associa transexualidade a “doença mental”
Porto Canal
O professor Manuel Eduardo Correia, da Universidade do Porto, está a ser acusado de discriminação contra a comunidade transexual na sequência de comentários proferidos nas redes sociais. Em causa está uma polémica que surgiu na conta de twitter de Catarina Maia, professora convidada da Faculdade de Ciências e dirigente da Iniciativa Liberal.
Inicialmente, a docente convidada referiu que o Plano de Igualdade de Género recentemente adoptado pela Universidade do Porto é baseado em "pseudociência" e que nem sequer respeita "as regras gramaticais do português em que o género masculino é o inclusivo". Mais tarde, no contexto de uma discussão sobre o recuo no processo da mudança de género, também conhecido por “detransitioning”, Eduardo Correia referiu-se a este grupo como "doentes mentais com prognóstico muito reservado".
Perante estas acusações, o Porto Canal contactou o Professor Associado do Departamento de Ciências de Computadores que até há menos de um ano era também membro da equipa reitoral da Universidade do Porto. Em resposta, Eduardo Correia falou em “histerismo” e “políticas de cancelamento promovidas pelo twitter.”
Posteriormente, a Faculdade de Ciências referiu em comunicado que se afasta de “qualquer posição transfóbica,” seguindo o plano de igualdade de género da Universidade do Porto. Questionada a respeito dos comentários do professor Manuel Eduardo Correia, a instituição salienta que “na academia não há espaço para atos de discriminação, principalmente os que têm por base o estatuto social, sexo, origem étnica ou orientação sexual.”
Ao Porto Canal, fonte da reitoria da Universidade do Porto garantiu que o caso vai ser analisado para apurar se há motivo para a abertura de um inquérito.
Perante a polémica, Diogo Vieira da Silva, da Associação Variações, exige consequências e afirma que as universidades devem fazer mais para travar todo o tipo de discriminação.