Carlos Costa invoca sigilo bancário para não falar do BES no parlamento

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 27 jun (Lusa) -- O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, invocou o sigilo bancário para se escusar a prestar informações aos deputados da comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, sobre as mudanças em curso no Banco Espírito Santo (BES).

O presidente desta comissão parlamentar, o socialista Eduardo Cabrita, esclareceu à Lusa que houve uma reunião de coordenadores em que foi decidido que seria pedida a vinda do governador do Banco de Portugal à comissão para ser ouvido a propósito do BES.

No entanto, Carlos Costa entendeu que não podia prestar mais informações além daquelas que já são públicas, tendo em conta o sigilo bancário a que está obrigado, remetendo eventuais esclarecimentos para uma comissão de inquérito, segundo o deputado do PS.

O governador do Banco de Portugal tinha já invocado o "dever de segredo" para recusar pronunciar-se sobre o BES, na última comissão de Finanças onde marcou presença, no final de maio. Questionado pelos deputados da oposição, Carlos Costa limitou-se a dizer que estava a acompanhar a situação.

O BES e a Espírito Santo Financial Group (ESFG) têm vivido um período conturbado, que culminou com o agendamento, na semana passada, de uma assembleia-geral extraordinária do BES para 31 de julho.

Entre as propostas para a reunião magna, está a saída do líder histórico Ricardo Salgado da presidência executiva do banco e a sua substituição na liderança da instituição por Amílcar Morais Pires, atual administrador financeiro e braço direito de Salgado.

No entanto, Ricardo Salgado não vai dizer adeus à instituição, uma vez que, caso os acionistas assim o aprovem, vai presidir a um novo órgão do banco, o Conselho Estratégico, para que transitam ainda os atuais administradores José Manuel Espírito Santo Silva, José Maria Ricciardi, Ricardo Abecassis e Pedro Mosqueira do Amaral.

Porém, na segunda-feira, um comunicado de José Maria Ricciardi indica que o gestor não deve vir a integrar o Conselho Estratégico, tendo revelado que vai dedicar-se em exclusivo ao banco de investimento.

ND/SYP (DN/IM) // ATR

Lusa/fim

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