Fundo Mundial para a Natureza denuncia "aumento explosivo" da caça furtiva em Moçambique

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Porto Canal / Agências

Maputo, 18 jun (Lusa) - O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) revelou hoje dados preliminares de um estudo que apontam para um "aumento explosivo" da caça furtiva em Moçambique, visando o elefante e rinoceronte, especialmente procurados pelos mercados asiáticos.

Os resultados do estudo preliminar, que serão debatidos hoje e na quinta-feira num encontro promovido em Maputo pela organização não-governamental internacional WWF e pela moçambicana Fundação para a Conservação da Biodiversidade (Biofund), estabelecem uma relação entre "as proporções alarmantes" da caça furtiva e a procura dos mercados e expõem também a fragilidade das instituições locais.

Um dos exemplos apontados é o dos rinocerontes branco e preto, que ocorrem no Parque Nacional Kruger, na África do Sul, onde são alvo de forte ameaça da caça furtiva e que se alastra às áreas protegidas contíguas em território moçambicano.

"A forma como as operações de caça furtiva do rinoceronte ocorrem leva a crer a existência de grupos bem organizados e estruturados. O número de armas apreendidas pelo Parque Nacional do Limpopo em caça furtiva tem estado a aumentar, e muitas destas armas têm ligações com instituições de segurança e proteção do Estado", refere o relatório, acrescentando que uma arma da Polícia da República de Moçambique de Massingir foi apanhada três vezes consecutivas em ações contra esta atividade ilegal.

O documento considera que a capacidade de deteção das autoridades alfandegárias moçambicanas é fraca, embora esteja a aumentar. "Só em 2013 foram apreendidos 20 chifres de rinocerontes no Aeroporto Internacional de Maputo e apenas no primeiro trimestre de 2014 foram já apreendidos seis chifres de rinocerontes".

Outro dado a levar à reunião de hoje em Maputo diz respeito à última contagem aérea de elefantes no Parque Nacional das Quirimbas (província de Cabo Delgado, norte de Moçambique), em novembro de 2013, em que um em cada dois elefantes avistados era uma carcaça. "Comparado com a contagem de 2011, a estimativa de carcaças subiu de cerca de 119 para 811", adianta a WWF.

Na Reserva Nacional do Niassa, também no norte do país, segundo a organização não-governamental, a caça furtiva ao elefante levou a que, entre 2009 e 2011, o número de carcaças estimado em contagens aéreas triplicasse, de cerca de 756 para 2365.

Moçambique, segundo a WWF, tinha 22 mil elefantes em 2011, sobretudo em Niassa e distrito de Magoé (Tete, centro). As populações de rinoceronte branco e preto no país, apesar de algumas presenças ocasionais junto ao Parque Kruger, "como resultado da pressão da caça, foram já extintas".

No encontro de dois dias que hoje se inicia em Maputo, além de representantes do Governo, estarão representadas entidades moçambicanas e estrangeiras ligadas ao combate à caça furtiva, doadores de Moçambique e parceiros de cooperação, organizações de conservação da natureza e da sociedade civil e administradores de parques e reservas do país.

HB // VM

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