Costa mantém proposta para eleição directa do líder e congresso extraordinário
Porto Canal / Agências
Lisboa, 06 jun (Lusa) - O dirigente socialista António Costa afirmou hoje concordar com o princípio de eleições primárias abertas a simpatizantes, mas adiantou que manterá a sua proposta para a realização de "diretas" para a liderança do partido e congresso extraordinário.
António Costa falava aos jornalistas no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, após ter sido aprovada por larga maioria a proposta do líder, António José Seguro, para a realização a 28 de setembro de eleições primárias, tendo em vista a escolha do candidato socialista a primeiro-ministro.
O presidente da Câmara de Lisboa manifestou-se em desacordo com a data de 28 de setembro, considerando-a tardia, mas concordou com o princípio de realização de eleições primárias, classificando como importante o facto de o seu partido se preparar para "dar a voz aos simpatizantes", para além dos militantes.
"A todos os que se reveem nos valores do PS, apelo para que se juntem a mim para dar força a uma mudança, que é necessária", disse.
Quanto à data aprovada, o autarca de Lisboa deixou críticas e declarou que "ninguém ganha em adiar a resolução de problemas, sobretudo problemas que requerem uma resolução urgente".
"Os portugueses estão ansiosos à espera do PS. Se fosse antes, seria melhor, mas respeito a data e agora estou concentrado no que é essencial - e o essencial não são as questões de procedimento e as questões estatutárias", alegou o dirigente socialista.
Interrogado se, durante a próxima Comissão Nacional do PS, no prazo de dez dias, manterá a sua proposta para a realização de eleições diretas para a escolha do secretário-geral e de um congresso extraordinário, o presidente da Câmara de Lisboa respondeu: "Sim, com certeza que sim".
"Tenho de complementar a proposta. Esta não é só uma escolha de quem figura no cartaz nas eleições legislativas. Há uma escolha política a fazer, que se corporizará no congresso", alegou António Costa em defesa da proposta que apresentará na próxima Comissão Nacional do PS.
O presidente da Câmara de Lisboa considerou depois que os processos das eleições primárias e para a marcação do congresso extraordinário "são paralelos".
"São processos independentes e vão decorrer", acrescentou.
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