Vereadores do PS/Porto exigem retirada dos seus nomes da Carta Aberta ao Governo

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 25 jun (Lusa) -- Os vereadores do PS na Câmara do Porto exigiram hoje ao presidente da autarquia a retirada dos seus nomes da Carta Aberta ao Governo, por considerarem "um abuso" esta ter sido usada como ação de campanha do candidato Rui Moreira.

No período antes da ordem do dia, em reunião pública do executivo da Câmara do Porto, o vereador socialista Correia Fernandes criticou o facto de o jornal de campanha do candidato independente Rui Moreira referir, na sua primeira página, que a "reivindicação iniciada por Rui Moreira em 2012 foi cumprida com o pagamento de 2,4 milhões de euros à Sociedade de Reabilitação Urbana" -- Porto Vivo.

A primeira página do jornal, afirmou Correia Fernandes, "é tudo quanto há de mais reprovável, seja qual for o campo em que nos queiramos situar".

"A sua e, até agora, também nossa 'Carta Aberta ao Governo' é motivo para o que consideramos um abuso sem nome. A simples leitura daquela primeira página e daquela meia dúzia de linhas é o mais acabado exemplo de oportunismo e abuso de confiança que jamais julgámos ser possível por parte de alguém que diz reclamar-se dos valores da ética na política e da verdade e da confiança na relação entre eleitos e eleitores", frisou o socialista.

Os vereadores do PS reclamavam que Rui Rio repudiasse de forma "clara e inequívoca" a utilização da carta por parte da candidatura de Rui Moreira para manterem os seus nomes na subscrição.

Na resposta, o presidente disse que se recusava a intervir nesta fase da campanha eleitoral.

"Adivinharia com facilidade que eu não vou intervir nestas pequenas coisas de campanha do dia-a-dia", afirmou Rui Rio, acrescentando que "à frente" desta questão "estão umas largas dezenas" de situações que já teriam merecido a sua intervenção.

Rio disse mesmo que são já "tantos os disparates que foram ditos" neste período de pré-campanha no Porto.

No jornal de campanha de junho, a candidatura independente refere que "a luta pelo pagamento de 2,4 milhões de euros, devidos pelo Governo, levou recentemente Rui Rio a juntar algumas das maiores personalidades do Porto, entre as quais distintos apoiantes da candidatura de Rui Moreira, numa carta dirigida a Pedro Passos Coelho onde se exigia o cumprimento".

Acrescenta que "a tática eleitoral que visava prejudicar a candidatura de Rui Moreira foi desmascarada por comentadores e insuspeitos políticos de todo o país e de todos os quadros políticos", frisando que "a ajuda que o Governo quis dar ao seu candidato no Porto falhou".

Para os socialistas, "confundir o conteúdo da carta aberta com a ação do candidato Rui Moreira à frente da SRU, a atividade desta instituição com a campanha eleitoral autárquica do atual presidente da Associação Comercial do Porto [Rui Moreira] e associar, ainda que lateralmente, os subscritores da referida carta a eventuais apoiantes dessa mesma candidatura e identificar tudo isto com a cidade do Porto, é uma afronta e um abuso que não pode ser aceite sem protesto", consideram os socialistas.

"De facto, fundir tudo isto, numa amálgama de taticismos, batalhas e desforras, é indigno da abertura de espírito e da sinceridade intelectual e política com que os vereadores do PS aceitaram subscrever o 'grito de alma' que em si, senhor presidente, teve origem", sustentam.

Rui Rio, que hoje, à tarde, se reúne com o Presidente da República para debater o problema da SRU, promoveu a missiva contra o Governo de Portugal, na qual condena a sua ação e reclama "um apoio empenhado à Reabilitação da Baixa do Porto e, acima de tudo, uma atitude de respeito pela cidade".

Na semana passada, o presidente da Câmara do Porto disse ter sido "surpreendido" com a intenção do Governo de auditar as contas de 2010 e 2011 da SRU, que já aprovou e cuja dívida de 2,5 milhões disse anteriormente "que ia pagar".

No dia 11, Rio pediu pela segunda vez a "intervenção" de Passos Coelho e Paulo Portas no problema da SRU e solicitou uma audiência ao Presidente da República, depois de uma primeira carta, enviada duas semanas antes a pedir a "direta intervenção na resolução" do "absurdo" que envolve a SRU, ter ficado sem resposta.

JAP (ACG) // JGJ

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