CDU 'cola' PS à maioria e quer eleger mais um homem para Bruxelas

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Porto Canal / Agências

Alcácer do Sal, 22 mai (Lusa) - A CDU concentrou forças durante a campanha em 'colar' o PS à maioria PSD/CDS-PP, denunciando os votos coincidentes dos três partidos em Bruxelas e em Estrasburgo, e manifestou "toda a confiança" em mais mandatos no Parlamento Europeu.

A meta eleitoral para domingo, apesar da insistência da comunicação social, só foi assumida em concreto a cinco dias do sufrágio, em Salvaterra de Magos, quando João Ferreira falou da "possibilidade real" de conquistar um terceiro assento no Parlamento Europeu, com o comunista Miguel Viegas, sem excluir um quarto - a ecologista Manuela Cunha.

Sem dar ouvidos ao antigo ministro e dirigente socialista Jorge Coelho, que afirmara em tempos "quem se mete com o PS leva", o eurodeputado comunista e o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, juntos ou à vez, no mesmo local ou a quilómetros de distância, apontaram sempre ao partido "rosa" como alvo.

"Estamos juntos muitas vezes. Noutras ocasiões, para podermos ir a mais sítios e falar com mais gente, acabamos por estar em sítio diferentes ao mesmo tempo. Não concentramos a campanha num único sítio porque o nosso objetivo é chegar a mais gente ao longo destes dias, chegar a mais sítios do país. É isso que tem dado força à campanha, é isso que nos permitirá, esperamos, obter um bom resultado", esclareceu o cabeça de lista sobre as duas últimas semanas, algo 'bicéfalas', na estrada.

Além da maioria governamental, que querem ver "derrotada" e o respetivo executivo "derrubado", comunistas e ecologistas concentraram-se em sublinhar que o maior partido da oposição, PS, pertence ao "arco da dívida" e está "amarrado" aos "instrumentos" de "submissão a entidades supranacionais" como o Tratado Orçamental.

A CDU defendeu que um eventual elenco governativo liderado por António José Seguro, "até pode ser diferente no modo", mas não terá resposta para a austeridade, continuando assim "a agressão" aos direitos e rendimentos dos portugueses, seguindo as ordens que vêm de Bruxelas, como um "vassalo" da chanceler alemã, Angela Merkel.

A renegociação da dívida externa portuguesa "nos prazos, juros e montantes" e a preparação de um hipotético abandono da moeda única europeia são apenas algumas das propostas, a par da "profunda modificação" da Política Agrícola Comum, da Política Comum de Pescas e da Política Comercial Comum e a imposição do princípio "um Estado-membro, um voto".

Todas as iniciativas da CDU visam redinamizar os diversos setores da produção nacional para desenvolver o país, criar emprego e mais riqueza, a fim de Portugal recuperar a soberania, que os seus responsáveis consideram perdida às mãos de PS, PSD e CDS-PP.

As caravanas da CDU estiveram maioritariamente nas grandes zonas urbanas e no litoral, mas concentraram-se, como habitualmente, na Grande Lisboa, em Setúbal e no Alentejo, com duas passagens por Porto e Braga.

Com a crónica tendência abstencionista em eleições europeias e a rejeição crescente em relação à classe política dos eleitores portugueses, os grandes momentos de adesão popular registaram-se no Barreiro e em Alhandra, embora João Ferreira e, sobretudo, Jerónimo de Sousa gerem simpatia em qualquer "arruada", como as que ainda vão acontecer hoje e sexta-feira, no Porto e em Lisboa, antes do encerramento, no Seixal.

HPG // SMA

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