PSD/CDS-PP contra "despesismo de Sócrates" ao som do hino nacional

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 22 mai (Lusa) - A coligação PSD/CDS-PP elegeu como principal alvo o "regresso do despesismo socialista de José Sócrates", com referências diárias ao ex-primeiro-ministro do PS, numa campanha em que o hino nacional cantado de pé foi uma constante.

A campanha da Aliança Portugal teve dois protagonistas. O cabeça de lista social-democrata, Paulo Rangel, partilhou o palco com o primeiro candidato indicado pelo CDS-PP, Nuno Melo, quarto na lista da coligação. Andaram lado a lado e discursaram sempre os dois.

O combate à abstenção pontuou a campanha, com apelos ao voto dos eleitores tradicionais do PSD e do CDS-PP descontentes com o Governo, a quem foi pedido que não ajudem o PS ficando em casa.

Os candidatos da coligação insistiram na mensagem de que o PS "deixou o país na bancarrota" e "trouxe a 'troika'" e, agora que a maioria PSD/CDS-PP pôs fim ao resgate financeiro, está pronto para "regressar ao despesismo", com uma política de investimento público e de projetos megalómanos.

Paulo Rangel e Nuno Melo acusaram o PS de não ter mudado nem ter feito uma autocrítica. "Não podemos voltar atrás", repetiram.

No período oficial de campanha, o presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, discursou duas vezes em jantares comício da Aliança Portugal, em Aveiro e Ourém, e hoje voltará a marcar presença num almoço, em Lisboa.

Por sua vez, o presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, fez uma intervenção no primeiro comício da campanha, em Lamego, e voltou a estar ao lado de Paulo Rangel e Nuno Melo numa visita a uma fábrica de transformação de bacalhau, em Ílhavo.

As visitas e reuniões com instituições - empresas, sobretudo, mas também universidades e politécnicos, misericórdias e centros paroquiais, associações de solidariedade social - marcaram a volta de PSD e CDS-PP pelo país, mais do que as ações de rua, em que encontraram muita indiferença e até desinformação sobre as eleições de domingo.

O roteiro dos últimos dez dias centrou-se no centro e norte do país, e passou pela área metropolitana de Lisboa, mas não foi para sul do distrito de Setúbal.

A data apontada para a conclusão do programa de resgate, dia 17, começou a ser assinalada por antecipação com a compra por Nuno Melo de uma garrafa de espumante Murganheira, que foi exibida num comício e depois aberta numa ocasião em que a Aliança Portugal recebeu o candidato do Partido Popular Europeu (PPE) Jean-Claude Juncker a presidente da Comissão Europeia.

Temas europeus como os fundos comunitários, a agenda digital, o acordo comercial com os Estados Unidos e a economia do mar foram referidos nas intervenções da Aliança Portugal.

Contudo, o tema dominante, trazido da pré-campanha, foram "os anos de Sócrates" e o perigo do seu "regresso". Logo no segundo dia do período oficial, o social-democrata Paulo Rangel perguntou pela suposta presença do anterior primeiro-ministro na campanha do PS.

Quando foi divulgado que o ex-secretário-geral do PS estaria no último dia da campanha dos socialistas, "o fator Sócrates" foi ainda mais explorado no discurso da candidatura PSD/CDS-PP, que chegou a falar na necessidade de uma vacinação geral contra o "vírus socialista" nestas europeias.

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