Covid-19: África terá grave aumento de pobreza se ajuda não continuar em 2021

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Porto Canal com Lusa

Londres, 12 out 2020 (Lusa) - A secretária-executiva da Comissão Económica das Nações Unidas para África, Vera Swonge, alertou hoje que se a ajuda não continuar em 2021, o continente africano enfrenta um grave problema de aumento da pobreza.

"Falamos muito da dívida porque estamos ligados ao setor financeiro, mas o que realmente interessa é não perder os ganhos de redução da pobreza que temos conseguido ao longo dos últimos anos, e isso está em risco severo de ser perdido", disse a subsecretária geral das Nações Unidas, alertando que países como Angola, Nigéria e Egito estão particularmente em risco se a ajuda se desvanecer em 2021.

"O Egito tem 3% da população abaixo do nível da pobreza, mas tem 40% das pessoas em situação de vulnerabilidade, e se não ajudarmos países como Nigéria ou Angola, rapidamente teremos no continente enormes desigualdades e perturbações sociais", alertou a responsável, durante a conferência do Financial Times sobre África.

"Em 2020 conseguimos ser resilientes, mas esse apoio tem de continuar em 2021, senão não vamos conseguir manter resiliência", avisou Vera Swonge.

No painel com o tema 'A vida depois da covid-19', a responsável apontou que "mais do que de dívida, é preciso falar de liquidez", e salientou que "a pandemia da covid-19 está a impedir que seja dada atenção a outras doenças como a malária ou a cólera", defendendo que os governos "precisam de ter verbas para continuar a combater estas doenças".

Vera Songwe disse que apesar de o continente africano enfrentar um aumento do nível da dívida pública e uma redução do crescimento económico, o ponto da discussão deve estar na liquidez de que os governos africanos necessitam para manter as reformas e conseguir garantir que os ganhos em governação alcançados nos últimos anos não são perdidos.

"Precisamos de liquidez para proteger as reformas que os governos lançaram e que têm beneficiado as populações", salientou.

Na mesma linha, a secretária-geral da Organização Internacional da Francofonia, Louise Mushikiwabo, argumentou que "injeções de liquidez e reestruturação da dívida são essenciais e extremamente urgentes para os países terem margem orçamental para combater a pandemia".

A resposta africana à pandemia "foi muito boa, muito rápida, e os governos foram corajosos em tomar medidas complicadas para as populações", e por isso é indispensável "encontrar maneiras para os países africanos, que estão em diferentes situações, serem capazes de lidar com a crise de saúde, reestruturar as suas dívidas e planear o futuro".

A Conferência sobre África do Financial Times decorre hoje em formato virtual durante todo o dia.

África registou nas últimas 24 horas mais 200 mortes devido à covid-19 e 7.964 novas infeções, elevando os números totais para 38.396 e 1.577.644, respetivamente, segundo os últimos dados relativos à pandemia no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas o número de recuperados nos 55 Estados-membros da organização foi de 6.997, para um total de 1.304.622 desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e setenta e quatro mil mortos e mais de 37,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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