Alunos da Universidade de Vila Real contra aumento das propinas
Porto Canal / Agências
Vila Real, 23 abr (Lusa) - A Associação Académica da Universidade de Vila Real manifestou-se hoje contra o aumento da propina em 20 euros para os 1.019, que considera "desfasado" porque ocorre numa altura em que o rendimento das famílias diminui.
O aumento da propina dos atuais 999 euros para os 1.019, referente ao primeiro ciclo, foi aprovado na última reunião do conselho geral da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), que decorreu a 11 de abril.
A Associação Académica reagiu publicamente agora, em comunicado, referindo que "não compreende este aumento do valor da propina numa altura em que o rendimento das famílias diminui e, em sentido inverso, o custo de vida aumenta".
Os estudantes consideram que "o valor da propina e´ demasiado inflacionado face aos rendimentos me´dios de uma fami´lia portuguesa, o que conduz na~o so´ ao abandono do Ensino Superior, como, inclusivamente, ao na~o ingresso no mesmo".
Por isso mesmo, a AAUTAD teme que "este aumento da propina tenha conseque^ncias nefastas para a academia" pelo que refere que não pode concordar com o mesmo.
Os alunos classificam como "desfasado o aumento de 20 euros na propina a pagar" e entendem que este acréscimo "na~o se espelha num melhoramento da qualidade dos servic¸os, sejam eles acade´micos ou pedago´gicos".
Além do mais, consideram ainda que este agravamento assenta num pressuposto "pouco lo´gico".
O reitor da UTAD, António Fontaínhas Fernandes, já disse que o "montante resultante do aumento deverá ser destinado a apoiar um fundo de apoio aos estudantes com maiores dificuldades".
Segundo o reitor, o objetivo do reforço do Fundo de Apoio Social (FAS) é "evitar a saída de estudantes por carências económicas".
Para estudar as razões que estão a levar ao abandono do ensino superior, a reitoria quer ainda criar um Observatório, com a colaboração da Escola de Ciências Humanas e Sociais.
"E, se confirmar que são motivos financeiros, fará todo o sentido continuarmos a captar fundos privados", sustentou Fontaínhas Fernandes.
O FAS visa apoiar financeiramente "estudantes em comprovado estado de necessidade económica" e é constituído por duas modalidades: o subsídio de emergência e a bolsa de colaboração.
A AAUTAD quer que seja "tornado pu´blico o real destino das verbas referentes ao FAS, nomeadamente o seu funcionamento, o nu´mero e a forma como os estudantes va~o ser auxiliados atrave´s deste mecanismo".
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