Reacções alergicas graves potencialmente fatais estão a aumentar nos jovens

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Porto Canal / Agências

Porto, 09 abr (Lusa) - As reações alérgicas graves potencialmente fatais (anafilaxia) provocadas por alergia alimentar estão a crescer na população mais jovem, estimando-se que cerca de 150 mil portugueses padeçam deste problema.

Dados hoje fornecidos à Lusa pela Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) referem que, apesar de consideravelmente subdiagnosticada, os dados epidemiológicos mostram uma incidência de anafilaxia na Europa entre 1,5 a 8 por 100.000 pessoas/ano, com um aumento dos casos nos últimos 20 anos.

"A anafilaxia, que passou a ser de notificação obrigatória em Portugal em 2012, é ainda mal diagnosticada e subtratora entre nós colocando em risco 0,5 a 1,5% da população portuguesa (até 150.000 portugueses) sendo que, abaixo dos 18 anos, os alimentos são a sua principal causa", considerou o presidente da SPAIC, Luís Delgado.

Segundo este responsável, o Catálogo Português de Alergias e outras Reações Adversas, desenvolvido com a colaboração de membros da SPAIC, permite registar e partilhar informação destas reações em todo o sistema de saúde português.

Este é um dos temas que serão abordados sexta-feira na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), num curso de Alergia Alimentar organizado em colaboração com a Faculdade de Ciências da Nutrição da UP e o Hospital S. João, com o patrocínio científico da SPAIC.

A palestra denominada "O Essencial sobre a Alergia Alimentar", que irá decorrer no Auditório do Centro de Investigação Médica (CIM) da FMUP, entre as 18:00e as 19:00, é destinada a pais e educadores. O seu principal objetivo consiste em informar e esclarecer dúvidas sobre sintomas e cuidados a ter nos casos de reação alérgica.

Segundo a organização da iniciativa, o número de crianças com alergias alimentares tem vindo a aumentar nos últimos anos e resulta de uma combinação de fatores hereditários e ambientais.

Assim, a falta de exercício físico, o aumento da poluição atmosférica e do fumo do tabaco, as alterações dos regimes alimentares e a obesidade incrementam a possibilidade de surgirem este tipo de complicações. As alergias mais frequentes são à proteína do leite de vaca e à do ovo. Alergia ao peixe, trigo, mariscos e frutos secos verificam-se também entre as mais comuns.

As consequências das reações alérgicas podem revelar-se fatais pois o contacto com agentes alergénicos pode desencadear um choque anafilático (reação alérgica muito rápida que implica sintomas como taquicardia, desmaio e inchaço na zona interna da garganta, com risco de asfixia), e desta forma levar à morte.

A Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica (EAACI) encontra-se atualmente a trabalhar um novo guia de atuação em anafilaxia com o objetivo de fornecer à comunidade científica e da área da saúde, recomendações baseadas na evidência científica sobre o reconhecimento, avaliação e tratamento dos doentes que apresentaram, apresentam ou estão em risco de apresentar um quadro de anafilaxia.

Alimentos, medicamentos e picadas de insetos são as três causas mais prevalentes de reações alérgicas graves. Enquanto os alimentos são a causa mais comum nas crianças, medicamentos e venenos de himenópteros (abelha/vespa) são a causa da maior parte de reações anafiláticas nos adultos, com maior frequência nas mulheres que nos homens.

O guia de atuação sobre alergia alimentar e anafilaxia da EAACI será disseminado em junho de 2014, numa iniciativa comum entre a EAACI, organizações de doentes, sociedades nacionais de alergia de toda a Europa, médicos de cuidados primários e farmacêuticos.

PM // JGJ

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