Presidente dos hospitais Gaia/Espinho ameaça demitir-se se obras não avançarem já

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Porto Canal / Agências

Espinho, 04 abr (lusa) - O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Gaia/Espinho defendeu hoje que os apoios do QREN para as obras no hospital de Gaia têm que ser decididos "agora ou nunca", ameaçando demitir-se se o projeto não avançar.

Numa visita ao Hospital de Espinho, Silvério Cordeiro declarou: "A obra foi adjudicada a 17 de março deste ano e prevemos iniciá-la a 1 de junho, mas está na mão do QREN libertar-nos o convite para ainda sermos objeto de cofinanciamento ao abrigo do programa ON2, que se esgota brevemente".

"É agora ou nunca, porque se o QREN demora uma semana que seja a lançar o aviso de candidatura perdemos esta obra", realçou o responsável.

"Dizem-me que, se não for agora, não há problema porque o próximo quadro comunitário é para breve, mas custa-me acreditar nisso", acrescentou.

Envolvendo um investimento na ordem dos 10 milhões de euros, o projeto "é de tal forma importante" que, caso se perca a possibilidade do seu financiamento, a reação de Silvério Cordeiro será esta: "Fico mais seis meses no hospital, no máximo, e então vou-me embora".

"Pessoalmente, se não fizermos esta obra, não quero continuar como presidente do hospital", insistiu.

"Foi uma luta em que já participei no mandato anterior e agora é uma questão de princípio", afirmou.

Reconhecendo que "construir um hospital de raiz é impossível neste momento [ao contrário do que chegou a ser anunciado pelo anterior Governo]", o administrador considerou a requalificação do Hospital de Gaia decisiva para "ligar diferentes pavilhões, centralizar equipas, melhorar o funcionamento do hospital e reduzir drasticamente a taxa intercirurgia - o que é urgente".

A intervenção permitirá ainda "acabar com o transtorno enorme de as pessoas andarem de ambulância de um serviço para o outro [dentro do hospital], o que, em termos funcionais, é uma vergonha e se impõe corrigir".

Silvério Cordeiro garante que o que acontecer em Gaia afetará o outro hospital sob a sua tutela. "A obra é em Gaia, mas tem impacto em Espinho, porque é aí que o centro de ambulatório funciona", esclarece. "Estamos a falar de 700.000 habitantes e mais de 40% da ambulatorização é feita em Espinho", acrescentou.

No sentido inverso, também há caminho a percorrer. "Temos que poupar em muitos desperdícios que existem no Hospital de Gaia", anuncia. "O de Espinho funciona melhor, mas em Gaia há um grande trabalho a fazer na otimização de custos", observa.

O objetivo de Silvério Cordeiro é começar por melhorar a gestão de fluxos e de processos, e depois "reduzir o desperdício em 20%, o que é muito dinheiro e permitirá libertar meios próprios para se ir investindo nesse equipamento".

Para Pinto Moreira, presidente da Câmara Municipal de Espinho, a atual administração do Centro Hospitalar "vai no bom caminho".

"Não faz sentido falar na construção de um novo hospital por 400 milhões de euros quando, por 10 milhões para as obras em Gaia e mais 15 milhões para a recuperação de equipamentos damos cabal resposta ao problema", assegura. "Mal anda o decisor público que não tenha em conta estes fatores", concluiu.

AYC

Lusa/Fim

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