Um morto e 40 feridos em confrontos entre mineiros e polícias na Bolívia

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Porto Canal / Agências

La Paz, 01 abr (Lusa) - Uma pessoa morreu e pelo menos 40 outras ficaram feridas na sequência de confrontos registados, esta segunda-feira, na Bolívia, entre polícias e mineiros que bloqueavam estradas nas regiões de La Paz e Cochabamba, informou fonte oficial.

A vítima mortal dos incidentes é um mineiro da Cooperativa Kami, da capital, desconhecendo-se, até ao momento, as causas da morte, afirmou, em conferência de imprensa, o ministro da Administração (Interna) da Bolívia, Carlos Romero.

Víctor Mamani, dirigente dessa cooperativa, indicou, em declarações à rádio Erbol, citadas pela Efe, que há dois os mineiros mortos.

De acordo com a mesma fonte, morreram durante confrontos com polícias que tentavam desbloquear a estrada entre La Paz e a zona tropical de Los Yungas, que está ligada à Amazónia.

O ministro disse, contudo, que, por enquanto, não há informações relativas à existência de uma segunda vítima mortal, garantindo que a polícia não usou "armas letais" para acabar com os bloqueios.

O mesmo responsável acrescentou que o confronto em La Paz deixaram pelo menos 25 polícias feridos, sendo que num outro confronto idêntico em Cochabamba (centro) contabilizaram-se 15 feridos, entre os quais 13 agentes e dois mineiros.

As cooperativas mineiras bloquearam, esta segunda-feira, três estradas em protesto pelo facto de o Governo e o Parlamento terem feito alterações a um projeto de lei relacionado com o setor mineiro há duas semanas, depois de ter sido alcançado um consenso ao longo de três anos entre todos os atores do setor.

O Governo da Bolívia defendeu, também na segunda-feira, que uma das mudanças chave introduzida no diploma permite manter o poder exclusivo e constitucional do Estado na assinatura de contratos mineiros com privados nacionais ou estrangeiros.

O projeto de lei dava às cooperativas a capacidade de firmarem contratos de associação com privados, nacionais ou estrangeiros, para a operação dos direitos mineiros que lhes foram outorgados pelo Estado.

Segundo o ministro do Minério, Mario Virreira, essa possibilidade acarretava nomeadamente o risco de os privados se aproveitarem das condições tributárias preferenciais outorgadas às cooperativas.

O Governo explicou, além disso, que as cooperativas não têm fins lucrativos e devem ser formadas apenas por sócios que dividam as receitas equitativamente, pelo que não se pode continuar a aceitar que alguns se transformem quase em empresários.

Outra mudança rejeitada pelos mineiros das cooperativas prende-se com o facto de os seus contratos com o Estado terem de ser aprovados pelo Parlamento, já que o projeto estabelecida que seriam referendados numa instancia menor.

As cooperativas mineiras, que têm um grande poder de mobilização, formam parte de um dos setores aliados chave do Presidente da Bolívia, Evo Morales, na implementação das suas reformas.

As autoridades e os dirigentes máximos da Federação Nacional de Cooperativas Mineiras (Fencomin) tentaram negociar, na tarde de segunda-feira, em La Paz, mas a federação acabou por renunciar ao diálogo após ter tomado conhecimento de que a polícia recorreu ao uso de gás lacrimogéneo para dispersar a mobilização feita nas estradas.

Canais de televisão mostram, por outro lado, a reação dos mineiros que responderam à ação policial com o lançamento de pedras e dinamite.

DM // JCS

Lusa/fim

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