Leiria, 07 abr 2020 (Lusa) - A Nerlei -- Associação Empresarial da Região de Leiria disse hoje que a maioria dos seus associados mantém a atividade, mas assumiu que se a crise devido à covid-19 se prolongar a sua sustentabilidade poderá ficar em risco.

No âmbito de uma consulta efetuada aos seus associados - na qual foram ouvidas 61 empresas, que representam um volume de negócios de 255 milhões de euros e 3.139 colaboradores - a Nerlei constatou que "90% das empresas mantêm a sua atividade" e "07% reconverteram a produção para novos produtos".

"Cerca de 60% das empresas são do setor industrial e referem que se mantêm em atividade, porque estão a dar resposta a encomendas que já tinham em carteira", explica.

No entanto, estas empresas alertaram que, "caso a situação se prolongue, poderão vir a ter quebras na atividade daqui a um ou dois meses, altura em que poderão vir a necessitar de recorrer a 'lay-off', esperando que o regime que agora vigora se prolongue".

Segundo a associação, "dos 10% das empresas que encerraram atividade temporariamente, apenas uma não recorreu ao 'lay-off' simplificado".

A Nerlei explica que os problemas mais referidos pelas empresas foram o adiamento de encomendas, as quebras de faturação e a incerteza, atendendo ao caráter global da crise.

"Na generalidade, as empresas reportam quebras, no volume de negócios, entre 40% a 50%, e explicam que, apesar de ainda não terem encerrado, se esta situação se prolongar a sua sustentabilidade poderá ficar em risco", realça.

A associação empresarial disponibilizou uma linha direta para esclarecimento de questões relacionadas com o acesso às medidas de apoio lançadas pelo Governo.

Entre as várias medidas de apoio às empresas que defende estão a "necessidade de aceleração dos prazos de reembolso de IVA", o "ajustamento dos prazos para cumprir os investimentos relativos aos projetos de investimento Portugal 2020" e "fomentar a manutenção dos postos de trabalho, através da redução expressiva das contribuições para a Segurança Social".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).

Dos infetados, 1.180 estão internados, 271 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 184 doentes que já recuperaram.

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